Em Pebane, na Zambézia
«Ilha do Fogo» vai ver estrelas
A província da Zambézia vai, pela primeira vez na sua história, receber um investimento de cerca de de 30 milhões USD. Trata-se de uma instância turística de “sete estrelas” na Ilha de Fogo, um ilhéu deserto com uma superfície de 43,8 hectares ao largo do distrito de Pebane. Amanhã prevê-se a realização da cerimónia de lançamento da 1.a pedra no local, segundo os promotores contactados pelo «Canal de Moçambique».
O empreendimento com o nome de «Ilha de Fogo» é uma sociedade constituída por Maruis Potgieter, Torrie Potgieter, Johannes Van Heerden a quem se juntam o general na reserva, Bonifácio Gruveta e Belmiro Lampião, ambos da Zambézia.
De acordo com o representante da firma, Marius Bóer, o projecto, inicialmente concebido pelos sócios estrangeiros, nomeadamente, Maruis Potgieter, Torrie Potgieter, Johannes Van Heerden, foi submetido à Direcção Provincial de Turismo da Zambézia, em 2002. Na altura foi indeferido.
Depois e de acordo com Marius Bóer, os então sócios do empreendimento concluíram que a melhor forma de enfrentarem o indeferimento e tornearem o “obstáculo” seria associarem-se a cidadãos nacionais. Foi o que fizeram. Convidaram o membro do partido Frelimo e general na reserva, Bonifácio Gruveta, figura “muito influente” no meio zambeziano, e Belmiro Lampião, do Gurúe. Com isso acabaram as razões para indeferimentos e complicações.
“Aí sim”, refere Bóer, “as coisas começaram a ganhar pernas e começaram a andar”.
“Há três meses atrás o projecto foi finalmente aprovado”.
Segundo o porta-voz da «Ilha de Fogo», “o projecto contempla a construção de uma pista de aterragem para helicópteros e avionetas. Vai abrir portas para turistas mergulhadores, pescadores e pesquisadores de espécies marítimas, biólogos e outras pessoas”.
Corais e tartarugas “É uma Ilha considerada a melhor do mundo no que respeita a quantidade e qualidade de corais”, refere. Acrescenta que “há quem a chame de Ilha de tartarugas, devido à abundância desta espécie marinha”. Um dos problemas que a fonte afirma ser urgente resolver com muita brevidade “é convencer os pescadores a pararem com a pesca de tartarugas naquele ilhéu desabitado”.
Sobre esse aspecto, Madalena Vudo, oficial da «WWF – World Wildlife Fundation» na Zambézia afirma que a sua organização vai trabalhar na sensibilização das comunidade para acabarem com a pesca de tartarugas e com a destruição de corais. “Os corais da Ilha de Fogo são uma coisa espectacular. São visíveis estando na costa. Não é preciso mergulhar para os apreciar.”, disse Madalena.
Mas segundo Marius Bóer, «não há bela sem senão»: na pequena ilha também vai ser “instalada uma fábrica de processamento de peixe” alegadamente “para ser comprado pelo futuro empreendimento”.
O chefe comunitário conhecido por rei Nabua afirma que “o projecto é bem vindo caso tenha em conta a reabilitação da estrada que dá acesso à costa que leva à ilha”.
“Que ajude a comunidade construindo um posto de saúde, poços de água bem como na criação de postos de emprego”, acrescentou.
A Ilha de Fogo tem 43,8 hectares. Situa-se na localidade de Alto Maganha, no posto administrativo de Mulela, no distrito de Pebane. Dista 20 Km da costa continental.
Carlos Humbelino - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 21.07.2006