– Ministra do Trabalho, Helena Taipo apela à calma
Maputo – Antigos trabalhadores ameaçam ocupar à força as instalações da fábrica de leite, Parmalat de Moçambique, em sinal protesto da falta de pagamento das suas indemnizações, um diferendo, que já dura mais de 15 anos com a entidade patronal.
Entretanto, a ministra moçambicana do Trabalho, Helena Taípo aconselhou à calma e que uma comissão por si nomeada, estava a trabalhar no assunto, que se encontra num beco sem saída há largos anos.
São cerca de 300 trabalhadores que reclamam às suas indemnizações resultantes do tempo de trabalho na Laticínios, posteriormente transformada em Parmalat, antes da mesma ser levada à privatização à favor de um grupo que inclui os moçambicanos Jacinto Veloso, antigo ministro da Segurança no governo
de Machel e Ossumane Ali Dauto, proeminente figura do parlamento nacional.
O grupo de trabalhadores ameaça tomar a Parmalat à força, a 21 deste mês, devendo a ocupação prolongar-se por tempo indeterminado, até à resolução dos problemas que os opõe ao Estado, na qualidade de proprietária da Lacticínios - Empresa Estatal, actualmente Parmalat.
Este diferendo começou no longínquo ano de 1990, quando a Lacticínios ficou paralisada, devido a uma forte explosão no seu interior. Como resultado, a empresa permaneceu numa situação de indefinição até que em 1996, à mesma foi privatizada à favor da Parmalat.
Após a privatização ficou assente que os trabalhadores da Laticínios, seriam absorvidos pela nova entidade patronal, o que não veio a suceder. Os novos patrões da Parmalat apenas acolheram 100 trabalhadores, vindos das Laticínios. E os restantes 300 foram postos de fora.
Curiosamente, este o grupo que está reivindicar uma justa indemnização desde 1997, até a actualidade.
Todo o expediente relativo a esta disputa recebeu já respostas positivas e à favor dos trabalhadores, vindos da Procuradoria Geral da República, do Gabinete do Primeiro Ministro e do Ministério da Agricultura.
Apesar de todos os despachos orientando para o pagamento das indemnizações, nenhum dos expedientes foi atendido pelo patronato da Parmalat.
Na carta de pré aviso enviado a várias instituições entre eles, o Ministérios do Trabalho, Interior e ao Sindicato da Indústria Alimentar, os trabalhadores reivindicam dentre vários pontos, o pagamento dos salários de seis anos devidos, com os seus respectivos aumentos salariais acrescidos de juros legais, desde a paralisação da empresa em 1990 até a alienação em 1996. Exigem também a revisão dos cálculos dos pagamentos de indemnização parcial feita em 1997.
(Fernando Mbanze/redacção) - MEDIAFAX - 17.08.2006