A produção de cana de açúcar registou, na campanha 2005/6, um aumento significativo, mercê da estabilidade produtiva das quatro açucareiras nacionais, nomeadamente Xinavane, Maragra (Maputo), Mafambisse e Marromeu (Sofala).
Maputo, Quinta-Feira, 24 de Agosto de 2006:: Notícias
De acordo com fonte do governo, a redução dos índices de comercialização dos principais maiores produtores de açúcar (Cuba, Brasil e Tailândia) devido a condições agro-ecológicas adversas, induzindo, de certa maneira ao aumento do preço do produto no mercado internacional livre, constitui outro factor que terá impulsionado o cultivo da cana em Moçambique.
O processo de reformas, agressividade imprimida na distribuição e comercialização , eficácia das medidas de combate ao contrabando e o aumento das áreas cultivadas e da produtividade, são alguns dos factores referidos pelo governo como estando na razão dos resultados positivos conseguidos pela indústria açucareira nacional. Enquanto isso, segundo a fonte oficial, no conjunto das culturas de exportação registou-se um aumento significativo na comercialização do algodão (40 por cento), ao passo que as alimentares registaram uma melhoria de 6.5 por cento, resultado do crescimento da venda de mapira (101.por cento), arroz (29.4 por cento), milho (9.9 por cento) e mandioca (8 por cento. Tal como refere o governo, no geral a produção agrícola do sector familiar para as culturas alimentares e para indústria revelaram um aumento de produtividade, sobretudo em relação à campanha anterior. No sector familiar a comercialização cresceu cinco por cento.
Entretanto, a queda irregular das chuvas, durante a campanha 2005/2006, não afectou a produção agrícola nas zonas de maior potencial, refere fonte oficial. As condições climatéricas que permitiram a realização de sementeiras na presente safra iniciaram em finais de Novembro nas zonas Sul e Centro e entre finais de Dezembro e princípios de Janeiro, no Norte, tendo, contudo, resultado em inundações em algumas regiões das províncias de Gaza, Inhambane e Sofala. Segundo a fonte governamental, a produção empresarial e comercialização familiar, incluindo o auto consumo registou um crescimento de 9.7 por cento, tendo favorecido para o efeito favorecido vários factores. Entre tais factores se podem destacar o fomento de culturas tolerantes a seca (batata doce, mandioca, ananaseiro já disponíveis em quase todas as províncias; sensibilização dos produtores para o aproveitamento das zonas baixas e da água disponível para a agricultura; a reabilitação e manutenção e aquisição e pequenos sistemas de irrigação e distribuição de insumos agrícolas através de feiras agro-pecuárias.
Embora se tenha registado um decréscimo na taxa de crescimento dos produtos de exportação, devido fundamentalmente à queda dos índices de produção da castanha de caju, as culturas de algodão, cana de açúcar e chá tiveram um desempenho positivo de cerca de 40.5 por cento, 6.9 por cento e 3.8 por cento, respectivamente. De salientar que a queda da comercialização da castanha, de 104 mil na campanha anterior para 63 mil na última, deriva do facto de o caju ser uma cultura com um comportamento cíclico em cinco anos, sendo que a produção evolui até atingir o pico, após o qual se regista um decréscimo.
Outro factor que terá pesado para o decréscimo da produção da castanha tem a ver com a expansão de oídio em Nampula, província que responde por cerca de 70 por cento da cultura. "Em contrapartida o aumento do preço de combustível no período em que decorreu a actividade pulverização contra o oídio (Julho-Agosto) resultou na redução do número de árvores tratadas", refere a fonte.