Maputo, Moçambique, 18 Ago - A Companhia do Vale do Rio Doce decidiu avançar com o projecto de Moatize tendo já começado a atribuir contratos, afirmou quinta-feira em Maputo Estevão Rafael, um funcionário governamental de Moçambique.
Rafael, que tem assento numa comissão que analisa o estudo de viabilidade da Vale do Rio Doce para a mina de carvão de Moatize bem como o porto e o sistema de transportes inerente à exploração mineira, garantiu que a empresa brasileira tinha decidido avançar com o projecto tendo atribuído já pelo menos um contrato.
"Eles vão para a frente com o projecto, não há qualquer dúvida", disse Estevão Rafael.
A Vale atribuiu à empresa de Joanesburgo Semane Consulting Engineers um contrato para projectar as instalações necessárias para processar 21 milhões de toneladas de carvão por ano em Moatize, afirmou o presidente da Semane, Joel Mokgohlwa, numa entrevista em Joanesburgo.
A empresa brasileira poderá gastar cerca de 2 mil milhões de dólares na exploração da mina, na recuperação da linha de caminho-de-ferro para a costa, na construção de instalações portuárias e de uma central eléctrica, disse ainda Mokgohlwa, que citou um acordo de confidencialidade para não revelar mais pormenores.
Fernando Thompson, um porta-voz da Vale do Rio Doce no Rio de Janeiro, escusou-se a comentar e disse que a empresa manter-se-á silenciosa até à conclusão do estudo de viabilidade.
Em Fevereiro passado, o vice-ministro dos Recursos Minerais de Moçambique afirmou que a Vale começaria a produzir carvão em 2007 e que exportaria 9 milhões de toneladas por ano.
Moatize irá produzir tanto carvão metalúrgico, utilizado nas siderurgias, como carvão térmico, utilizado nas centrais eléctricas.
(macauhub) - 18.08.2006