... ministro Aires Aly intervém na crise
Caiu a máscara, na Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD), em Maputo - uma greve desencadeada pelos artistas- promete despir a nú a instituição, que durante largos anos, foi conduzida sob mão de ferro, do seu Director-Geral, David Abílio.
Uma greve de artistas e outros trabalhadores da companhia deve começar hoje, terça-feira, com objectivo de exigir entre outros, pagamentos a que tem direito - reajuste dos seus salários- que dura há 5 anos.
Além dos reajustes salariais, eles exigem o décimo terceiro vencimento e respectivos retroactivos, durante o mesmo período de tempo.
Contudo, o ministro da Educação e Cultura, Aires Aly já nomeou uma equipa técnica de trabalho que está a investigar a situação financeira na companhia, tida como o património nacional.
A equipa é liderada pelo Inspector Geral da Cultura.
A missão começou com encontros em separado de membros da Direcção da Companhia e artistas, por forma a aferir a capacidade interna de pagamentos dos reajustes reclamados e a componente financeira da CNCD.
É a primeira vez que uma greve do género fustiga aquela emblemática instituição, com quase 30 anos de vida, apesar dos seus componentes, denunciarem a excessiva concentração de poderes do seu Director Geral, o histórico David Abílio. Correm igualmente informações de desvios de aplicação, das verbas recebidas do executivo.
Um trabalho de auditoria deverá ser realizado na Companhia, por forma a apurar as contas do CNCD , à luz do subsídio anual alocado pelo governo e das receitas que tem vindo a ser colectadas pela companhia, no decurso dos vários espectáculos realizados.
A equipa de trabalho está também a proceder ao levantamento de todos os aspectos julgados cruciais para a definição de uma plataforma de solução dos problemas que afligem àqueles artistas.
Um comunicado recebido no mediaFAX, os artistas e trabalhadores, no geral da CNCD reiteram a sua intenção em levar por diante a greve hoje. A paralisação deverá cobrir todas as actividades da companhia até que sejam repostos os seus direitos, diz a nota dos trabalhadores (F.M/redacção.)
MEDIAFAX - 29.08.2006