Maria Bachir, deputada da Frelimo, na Assembleia da Republica, pelo circulo eleitoral de Cabo Delgado, que esteve a trabalhar durante cerca de duas semanas no distrito costeiro de Quissanga, disse ter constatado com certa amargura haver falta de coordenação entre o Governo e as diferentes forças vivas da sociedade, falta de abertura com as estruturas de base, bem como a dispersão de esforços na realização das principais actividades constantes no programa quinquenal do Governo, muito concretamente, visando o combate à pobreza absoluta.
Maputo, Quinta-Feira, 17 de Agosto de 2006:: Notícias
Bachir estava em Quinssanga para auscultar as preocupações das populações, divulgar as leis recentemente aprovadas pela AR, disseminar mensagens sobre o HIV/SIDA, visitar igualmente, as infra-estruturas do distrito, bem como reunir com parceiros e membros do Governo distrital. Falando ao nosso Jornal, Maria Bachir precisou que muitos planos e projectos em Quissanga, têm como beneficiários as mesmas comunidades, o que na sua opinião, revela que a planificação não está a ser conjunta e, em consequência, a minimização dos problemas das populações vai se atrasando por não ser abrangente.
"Encontrámos situações em que uma determinada organização se propõe a ajudar uma certa comunidade, por exemplo, para a minimização do problema da água, abrindo um poço, e uma outra organização pretende fazer o mesmo na mesma comunidade e no programa do Governo vem planificado um poço em beneficio da mesma comunidade. Por outro lado, segundo a deputada, constatou, igualmente, que os parceiros a actuar em Quissanga, nem sequer entregam os seus planos de actividade à administração do distrito, o que acha ser anormal.
Como um dos distritos mais afectados pelo conflito Homem-animal, a deputada não deixou de ouvir as inquietações populares face às dificuldades que encontram para pôr fim à guerra que travam com os animais para a sua sobrevivência. "A este propósito ouvimos muitas opiniões que podem ajudar a minimizar o impacto negativo, assim como contactámos com a administração do Parque Nacional das Quirimbas, que em principio vai dar emprestado por 15 dias algumas armas para afugentar os animais, conforme os caçadores locais pediram.
O passo seguinte são os procedimentos legais", disse. Num outro desenvolvimento, Maria Bachir apelou às populações para que não esperem somente pelo Governo para a reparação das vias de acesso, principalmente aquelas que ligam as aldeias. "Fizemos recordar que em tempos, cada povoado reparava um troço de estrada, até tornar as estradas ou picadas transitáveis. Porquê é que hoje não podemos retomar este habito", questionou.
NOTÍCIAS - 17.08.206