África do Sul
Adriaan Vlok, à semelhança de Cristo, chegou a lavar os pés do reverendo Frank Chikane como demonstração do seu arrependimento.
(Maputo) Adrian Vlok, antigo ministro da justiça da África do Sul, pediu desculpas ao Reverendo Frank Chikane, director-geral da Presidência da África do Sul, por “todas as atrocidades praticadas pela polícia” quando esta agia sob o seu comando. Segundo noticiou a emissora oficial sul-africana, «SABC», Vlok apresentou o pedido durante uma audiência com Chikane, por ver neste um símbolo das vítimas que sofreram às mãos da polícia durante a era do apartheid.
No decurso da audiência, Adrian Vlok, num gesto reminiscente de Cristo nas vésperas da sua crucificação, lavou os pés de Chikane como “uma demonstração de humildade e de vontade em se reconciliar com Deus.”
Frank Chikane, antigo secretário-geral do Conselho Sul-Africano das Igrejas, foi vítima de uma tentativa de envenenamento por parte de agentes da polícia. De acordo com a «SABC», Chikane aceitou o pedido de desculpas.
Para além de Adriana Vlok, outros destacados dirigentes do apartheid, designadamente Frederick de Klerk e Roelof Botha, também apresentaram no passado desculpas ao povo da África do Sul por todas as injustiças perpetradas durante a vigência daquele regime que a comunidade internacional chegou a classificar de “crime contra a humanidade.”
O regime de apartheid não olhou a meios para silenciar os seus oponentes, recorrendo ao rapto de militantes que viviam em países vizinhos, e ao assassinato de vários outros no exílio.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 28.08.2006