O governo sul africano quer que 30% das terras aráveis nas mãos de negros em 2014 mas o processo de transferência tem sido lento e o programa de restituição das terras apenas recuperou 4% destas até agora.
A África do Sul avisou que pode expropriar as terras na posse de farmeiros brancos no âmbito do programa de restituição se estes não chegarem a acordo sobre o preço de venda destas até daqui a 6 meses.
O programa visa restituir a terra aos negros que foram forçados a sair das suas zonas de origem ancestral sob o apartheid ou oferecer-lhes compensação financeira, como parte dos esforços de correcção da desproporção de propriedade criada durante o domínio da minoria branca.
Lulu Xingwana, ministra da Agricultura disse que a discussão sobre o preço era uma das principais razões para o atraso e fraco resultado do programa.
"Agora vamos negociar 6 meses - nem mais, nem menos" disse num apontamento no norte da província do Limpopo.
"Na verdade, não temos tempo para falar durante 10 anos... porque o nosso povo because já está à espera há muito."
"Pelo menos nós agora temos ... expropriação. Portanto não iremos perder mais tempo a negociar com gente que não está interessado na transformação."
A África do Sul foi muito rápida a negar comparações com o Zimbabwe e pretende uma aproximação mais ordeira.
As autoridades dizem que este será um último recurso e que os farmeiros terão sempre a possibilidade de recorrer a tribunais.
O processo envolve 80 mil reclamações de terra registadas até 1998 (data-limite para as fazer), das quais 89% foram já resolvidas (ÑOTA - não é claro da notícia se através da restituição da terra). E o governo sul-africano quer terminar o processo até 2008.
Sidney Morning Herald/Reuters - IMENSIS - 17.08.2006