Zâmbia
O líder da oposição, Michael Sata, defendeu a existência de Taiwan como “um estado soberano". Discursando num comício no âmbito da campanha para as eleições presidenciais de 28 de Setembro próximo, Sata salientou que "a Zâmbia era um país não-alinhado e que não devia nada à República Popular da China."
De acordo com o diário «The Post», que se publica em Lusaka, as declarações de Sata surgem na esteira de alegações de que ele havia contactado empresários de Taiwan tendo em vista o financiamento da sua campanha eleitoral.
Michael Sata é presidente da Frente Patriótica (PF).
Sata frisou que embora a República Popular da China tivesse construído a linha férrea de TAZARA, que liga a Zâmbia ao porto de Dar-es-Salam, "o nosso país pagou os custos desse projecto," tendo acrescentado: "O mesmo aconteceu com a construção das estradas de acesso a Luapula e a Mongu."
O líder da PF disse que "na presente fase, a Zâmbia deve ser livre de negociar com países dispostos a prestar apoio ao desenvolvimento da economia zambiana", salientando que o "Japão, a Índia e os estados membros da União Europeia têm vindo a prestar mais apoio do que a República Popular da China, embora o actual governo zambiano se refira apenas ao apoio concedido por Beijing."
Entretanto, a Rádio França Internacional citou Sata como tendo declarado que caso vença o escrutínio eleitoral do próximo mês, ele iria expulsar os cidadãos chineses que presentemente se encontram no país. Sata acusou a China de "inundar a Zâmbia de produtos baratos e de exportar cidadãos chineses."
O líder da Frente Patriótica criticou as condições de trabalho prevalecentes nas minas de cobre zambianas que de momento são exploradas por empresários chineses. No ano passado, cerca de 50 pessoas perderam a vida como consequência de uma explosão ocorrida numa mina de cobre explorada por uma empresa da República Popular da China.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 31.08.2006