ANTIGA DIRECÇÃO ACUSADA DE TENTAR DESVIAR USD 30 MIL
FILIMÃO SAVECA
O ambiente na organização não-governamental LINK é de cortar à faca nos dias que correm, por causa das avultadas somas de dólares que a agremiação movimenta.
O mau ambiente já rompeu as barreiras das portas e paredes da sede da instituição que congrega as já famosas ONG’s nacionais e estrangeiras e a “roupa suja” é hoje lavada cá fora.
Elementos seniores daquela agremiação vieram segunda-feira a público denunciar uma tentativa de desvio de cerca de 30 mil dólares norteamericanos que estavam depositados numa conta bancária já lá vão muitos anos, alegadamente com juros a beneficiarem a antiga direcção encabeçada pelo reverendo Lucas Amosse, exdirigente do Conselho Cristão de Moçambique (CCM).
Mas a nova direcção atribui “culpas maiores” pela tentativa de desvio daquele valor ao ex-coordenador da LINK, Álvaro Casimiro, de acordo com José Ricardo Viana, novo timoneiro da agremiação que, em seguida, esclareceu que o dinheiro já foi recuperado e gasto no pagamento dos salários dos 17 trabalhadores que estavam em atraso e da renda do imóvel onde funciona a sede.
Devido à suposta gestão danosa da antiga direcção, as dívidas que vinham sendo contraídas pela LINK totalizavam até à nomeação da nova direcção cerca de 226 mil dólares norte-americanos, “e tudo está a ser feito no sentido de saldá-la, através dos fundos que estamos a angariar junto dos sócios e doadores externos e das negociações directas com os credores”, conforme declarações públicas do presidente do conselho de direcção da LINK.
O pagamento dos salários em atraso culminou com a desvinculação dos 17 antigos trabalhadores, alegadamente, por terem os seus contratos expirados, havendo, no entanto, a possibilidade de um e
outro virem a renovar a sua vinculação, em conformidade com as necessidades e experiências dos mesmos.
Como acções futuras, a nova direcção da LINK projecta trabalhar com o Governo e potenciais doadores na produção de uma estratégia de combate contra a pobreza e criação de fóruns regionais, provinciais e distritais da agremiação, no âmbito da descentralização das suas actividades e competências.
O plano de acção deverá cobrir os próximos dois anos.
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) – 16.08.2006