OS salineiros da província de Nampula estão a trabalhar com afinco com vista a recuperação do mercado malawiano de sal, perdido há sensivelmente dois anos devido ao incumprimento, pelos produtores, de algumas regras fito-sanitárias que obrigam o consumo de sal iodizado.
Maputo, Quinta-Feira, 17 de Agosto de 2006:: Notícias
Neste momento, o Governo está a apoiar, através do Instituto de Desenvolvimento Industrial - IDIL, a associação local dos salineiros (da Ilha de Moçambique e Intocolo) a iodizar o sal e melhorar a sua qualidade. Segundo apurou o IPEXinfo naquela província, o sal de Nampula deixou de atravessar a fronteira malawiana em 2002, mas mesmo assim continuava a ser exportado de forma clandestina. Com o problema de iodização quase resolvido pelo Programa Nacional de Iodização em curso, os malawianos voltaram à carga e jácomeçaram a fazer encomendas. A primeira foi recebida pelo IPEX, necessitando de uma remessa de 5000 toneladas métricas para um único comerciante malawiano.
Os produtores estão entusiasmados e, tal como fez referência o presidente da Associação dos Produtores de Sal da Ilha de Moçambique e Intocolo, Mamudo Albane, este ano prevê-se a produção de mais de 30 mil toneladas. Desta quantidade, disse, mais de 15 mil toneladas destinam-se à exportação para aquele mercado vizinho. Informações disponíveis apontam que o Malawi importa anualmente pouco mais de 17 mil toneladas de sal, que desde a interrupção das exportações mocambicanas, em 2002, era importado do Botswana. Contudo, este produto (importado do Botswana), que é mineral, está longe de competir com o moçambicano (que é marinho).
A grande preocupação, neste momento, tem a ver com o escoamento, dado que a Companhia de Desenvolvimento do Norte (CDN), que gere a linha férrea para o Malawi, não tem carreiras regulares para aquele pais vizinho. Por outro, a utilização de camiões no negócio pode tornar onerosa a actividade.
NOTÍCIAS - 17.08.2006