Régulo e membros da polícia comunitária acusados de guerrearem militantes da Renamo
Está instalada a confusão no distrito de Chemba, província de Sofala, envolvendo deputados da AR (Assembleia da República), comandante distrital da PRM (Polícia da República de Moçambique) e régulo local. O caso está entregue à Justiça com o deputado da AR, Rui de Sousa acusado de ameaças com recurso a arma de fogo contra o régulo Calamo.
Segundo apurou o «Canal de Moçambique» as acusações cruzam-se entre aqueles interlocutores. O deputado Rui de Sousa (Renamo) é acusado de ter ameaçado com arma de fogo ao régulo Calamo. Por seu turno Sousa acusa aquele régulo de confiscar bicicletas de simpatizantes e membros da Renamo. O caso está nas mãos das autoridades policiais.
O comandante da PRM em Chemba, Samuel João Mangue, disse ao «Canal de Moçambique» que a Polícia instruiu um processo-crime contra Rui de Sousa, deputado da Renamo-UE pelo círculo eleitoral de Sofala, por alegadamente ter ameaçado com o arma de fogo ao régulo Calamo.
A confiscação de bicicletas feita pelo régulo Calamo a alguns militantes da Renamo naquela parcela da província, foi o motivo avançado pela polícia como tendo motivado ao deputado a ameaçar o régulo com uma arma de fogo de tipo pistola.
Samuel Mangue, disse que o régulo reportou o caso à polícia, tendo sido elaborado um auto que em seguida foi submetido à Justiça.
Entretanto, o deputado Rui de Sousa negou ter ameaçado o régulo com uma arma de fogo. Disse que ele e outro parlamentar da sua bancada, Francisco Maingue, apenas dirigiram-se à casa daquele líder tradicional para questioná-lo sobre os motivos que o levaram a confiscar 12 bicicletas de militantes do seu partido.
Sousa disse que o comandante distrital da PRM, nos seus pronunciamentos, apenas baseia-se na versão do régulo.
“O comandante inverteu a situação transformando a vítima em criminoso. Faz revelações de algo que nem sequer presenciou”. “Se eu tivesse ameaçado o régulo com uma arma de fogo ele acredito que o comandante deveria ter efectuado a minha detenção”, justificou-se Sousa tendo ainda referido que não possui nenhuma arma de fogo.
Francisco Maingue, outro parlamentar pelo mesmo círculo eleitoral que também fazia parte da comitiva de Rui de Sousa, disse ao " Canal de Moçambique" que o comandante fez acusações infundadas: “Não constitui verdade tudo aquilo que o comandante diz. Não sabemos o que motivou a aquele agente a enveredar por mentiras”.
Maingue, refere ainda que o régulo Calamo, tem estado a guerrear os membros da Renamo naquele distrito.
“O que nós fizemos foi questioná-lo sobre os motivos que o levam a molestar os nossos membros, a ponto de na calada da noite andar a confiscar suas bicicletas”.
Aquele político disse que o régulo tem estado a bater nos membros da Renamo e a efectuar detenções num o cárcere privado. “Foi por isso mesmo que nós registamos as imagens do lugar onde as pessoas que se identificam com o nosso partido são maltratadas”.
Por seu turno, o delegado político da Renamo em Sofala, Fernando Mbararano, acusou os membros de policiamento comunitário de estarem a guerrear os seus militantes naquele distrito.
“A situação não está nada bem em Chemba. Há perseguição contra os nossos membros. A Frelimo tem usado os régulos, polícia comunitária e até a PRM para molestar os nossos membros”.
Mbararano disse ainda que devido a perseguição política movida contra militantes da Renamo, o clima que se vive em Chemba é de medo daí que “há meses fomos ter com o governador Alberto Vaquina, onde manifestamos o nosso descontentamento pela perseguição política em muitos distritos incluindo Chemba”.
(TL) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 29.08.2006
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/08/rui_de_sousa_ne.html