O major Alfredo Reinado, detido em Julho em Díli pelas forças australianas por posse ilegal de armas, evadiu-se esta quarta-feira da cadeia da capital timorense com um grupo de detidos
VISAOONLINE 30 Ago. 2006
Segundo fonte policial à agência Lusa, não foi ainda apurado o número de pessoas que conseguiram fugir da cadeia mas está confirmado que «Alfredo Reinado é um dos fugitivos».
As polícias internacionais estacionadas em Timor-Leste sob o comando da ONU estão a lançar operações no terreno com vista à captura dos fugitivos.
Alfredo Reinado e cerca de 20 dos seus homens estavam detidos por posse de material de guerra encontrado numa operação de rotina da GNR em três casas, uma delas atribuída, segundo Alfredo Reinado, pelo presidente Xanana Gusmão e as restantes duas ocupadas pelo major a cerca de 10 metros do Quartel-General das forças militares australianas.
A detenção foi feita ao abrigo do Protocolo bilateral entre Timor-Leste e a Austrália, no âmbito das medidas de emergência aplicadas no país a 30 de Maio por Xanana Gusmão.
Entre o arsenal apreendido ao major Reinado constavam nove pistolas, quatro de calibre 45 Auto e cinco de calibre 9, mais de 4 mil munições para espingarda automática e pistola, granadas, cinco rádios de transmissões, dois bastões extensíveis, cinco punhais, três catanas e equipamento militar diverso, entre o qual coletes à prova de bala e cinturões.
O major Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise político-militar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa para tentar ultrapassar a situação de instabilidade e violência no país, que levou à demissão do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.
O major Alfredo Reinado foi o primeiro a devolver armas no processo de desarmamento entre as partes em confronto e foi também o primeiro a ser surpreendido com armamento depois de ter expirado o prazo para a sua entrega.