Com 30 quilómetros de costa
Operadores turísticos queixam-se de falta de financiamento o Governo Provincial de Nampula vai arrancar, dentro em breve, com o projecto de “zoneamento” da Praia Nova, situada no distrito costeiro de Angoche, como forma de incrementar a actividade turística ao nível naquela região.
Com 30 quilómetros de costa, a praia de Angoche é considerada como a que oferece melhores
condições para o desenvolvimento do turismo na província e naquele distrito, em particular
De acordo com Domingos Cintura, director provincial do sector em Nampula, o projecto está orçado em 500 mil meticais da nova família, valor a ser concedido pelo Fundo Nacional de Turismo.
Neste momento estamos à espera apenas dos últimos passos do Fundo para concretizarmos o projecto. Disse a fonte, afirmando que, depois deste, será contemplada a zona de Quinga, no vizinho distrito de Mogincual.
Falando à margem das celebrações do Dia Mundial do Turismo assinalado na última quarta-feira, Cintura disse que está em preparação a instalação de um hotel de quatro estrelas numa das Ilhas de Angoche.
Para tal, técnicos daquela instituição estão, neste momento, envolvidos em trabalhos tendentes a identificar o melhor local.
Entretanto, alguns operadores hoteleiros e similares queixam-se da falta de financiamento, enquanto outros contestam a exiguidade dos valores que lhes são concedidos a título de crédito.
António Jamal, o único operador que explora a praia nova de Angoche, afirma ter investido no turismo mais de um milhão de meticais da nova família, na construção de uma casa de hóspedes com seis quartos, uma discoteca e um restaurante. Do valor despendido, apenas, 250 mil resultaram de financiamento do governo.
Fernando Arnaldo, outro operador, disse ter beneficiado de um financiamento que, pela sua exiguidade, só lhe provocou “dores de cabeça”.
Refira-se que a província de Nampula possui 79 unidades hoteleiras, 113 similares e três agências de viagem, maior parte das quais implantadas na zona costeira e na cidade capital provincial.
Entretanto, instado a comentar sobre a alegada exiguidade dos fundos, o director provincial do Turismo reconheceu a situação, mas considera que é preciso aceitar o desafio, com os escassos recursos disponíveis. Anunciou a existência de dois tipos de financiamento no país. O primeiro destina-se a projectos de grande envergadura e a sua gestão é feita centralmente. Enquanto que a segunda, feita localmente, varia entre 10 a 30 mil meticais e visa, essencialmente, melhorar os aspectos ligados à prestação de serviços.
Aliás, segundo foi referenciado numa reunião com os oito operadores do ramo em Angoche, um dos maiores problemas prende-se, também, com a falta de alvarás.
Refira-se que na província de Nampula, a semana comemorativa , que decorreu sob o lema “Turismo Enriquece”, foi caracterizada por várias actividades, entre palestras e visitas a alguns estabelecimentos
do ramo.
WAMPHULA FAX - 29.09.2006