O Distrito da Gorongosa, em Sofala, está a viver, desde a passada segunda-feira, debaixo de intenso fogo, provocado por queimadas descontroladas.
Na sequência desta situação, dados preliminares tornados públicos ontem pelo Governo daquela província apontam para a morte de pelo menos nove pessoas, carbonizadas, a destruição de pelo menos 152 casas, 65 celeiros, e várias toneladas de mapira, para além de o fogo ter atingido o ecossistema de uma parte do Parque Nacional.
O Executivo daquele distrito está a trabalhar no levantamento dos prejuízos exactos directamente provocados por aquele fenómeno. João Oliveira, administrador distrital, descreveu a situação como sendo deveras preocupante, estando o fogo a avançar progressivamente para as povoações de Bulawa e Marurru, no posto administrativo de Púngoè, e para a localidade de Kanda, no posto administrativo de Nhamadzi.
Cinco pessoas encontraram a morte nas suas residências, quando tentavam recuperar alguns dos seus haveres. José Cumbe, comandante da PRM, em Gorongosa, disse que outras quatro pessoas, membros da mesma família (mãe e três filhos) morreram, na localidade de Vunduzi carbonizados em consequência da destruição da sua residência.
A fonte acrescentou que dados provisórios apontam ainda que na zona de Mágoè foram devoradas 23 casas e outras 13 na povoação de Bulawa. Nesta última, pelo menos 66 famílias foram atingidas pela tragédia, tendo todos os seus bens ficado reduzidos a cinzas.
Entretanto, informações prestadas pelo administrador distrital apontam que 152 casas foram consumidas pelo fogo, e 65 celeiros ficaram reduzidos a cinzas. Não obstante o Governo de Sofala considere que a situação ainda não atingiu o nível de emergência, o Instituto Nacional de Gestão das Calamidades diz que a mesma é preocupante, dada a multiplicação de focos de incêndio em diversos pontos do distrito. O delegado do INGC naquela província, Luís Pacheco, disse que a sua instituição já está a canalizar ajuda de emergência para uma parte da população afectada.
Assim, de acordo com Pacheco, já foi disponibilizado um donativo constituído por arroz, óleo alimentar e sal, tendo prometido para mais tarde a canalização de cobertores e vestuário. `Sabemos apenas que há algumas vítimas humanas, celeiros, mapira e casas destruídas pelo fogo. A situção torna-se preocupante porque de manhã sabíamos que tinham sido queimadas 30 casas, para depois das 12 horas comunicarem-nos que o número subiu para 63, o que nos indica que o fogo ainda não foi debelado. Nem sabemos quantas pessoas é que perderam a vida e muito menos qual é o número real dos afectados´, disse.
NOTÍCIAS - 22.09.2006