O navio Ryoei Maro, de pavilhão japonês, que na madrugada da última terça-feira colidiu com a embarcação Tengone BH3102, de bandeira tailandesa, ambos pesqueiros, afundou na manhã de ontem na costa de Angoche, província de Nampula, segundo revelou fonte da Administração Marítima local.
Dados preliminares indicam que até à tarde de ontem decorriam trabalhos de socorro da tripulação, composta por 22 membros, dos quais sete de origem japonesa e os restantes de nacionalidade indonésia, em serviço na `Ryoei Maro´, com capacidade para carregar 428 toneladas de pescado.
Depois da colisão entre os dois navios, os tripulantes do `Ryoei Maro´ foram transferidos para o navio de pavilhão tailandês, por se temer o afundamento da embarcação, facto que veio a consumar-se a meio da manhã de ontem, com toda a mercadoria resultante da faina.
A Administração Marítima de Angoche mobilizou uma embarcação pertencente a uma empresa de pesca sediada naquele distrito, a qual partiu cerca das seis horas da manhã de ontem para o local do sinistro, cerca de 46 milhas, o equivalente a 81 quilómetros da costa. Previa-se que a viagem de ida e volta consumisse cerca de 16 horas.
Devido à avaria dos aparelhos de rádio há vários meses, a Administração Marítima de Angoche não tem comunicação com a embarcação que está envolvida nas operações de socorro, estando a ser utilizados meios alternativos, que, por sua vez, também deixaram de funcionar a meio do processo.
Notícias anteriores indicavam que a Administração Marítima de Angoche tomou conhecimento do acidente através de uma mensagem enviada pela guarda costeira japonesa e captada via rádio em Maputo, na qual os japoneses solicitavam apoio para socorrer os tripulantes do `Ryoie Maro´
As autoridades moçambicanas não tinham conhecimento da presença em águas territoriais do país das duas embarcações, o que leva a supor que estivessem a pescar ilegalmente. Adicionalmente, ainda não é possível avançar as causas que ditaram a colisão entre os dois navios. Informações em nosso poder apontam que no dia do sinistro registava-se mau tempo, caracterizado por intenso nevoeiro e rajadas de vento forte.
Na embarcação envolvida nas operações de socorro viajaram técnicos dos sectores da Migração, Alfândegas e Pesca, além de soldados da Marinha de Guerra de Moçambique, Administração Marítima e Governo distrital de Angoche.
NOTÍCIAS - 29.09.2006