A Organização Mundial de Saúde (OMS) endossou o uso do pesticida DDT no controle da malária, revendo assim uma diretriz de 30 anos.
Espalhado dentro de casas para matar o mosquito da malária, o DDT havia sido banido mundialmente por causa de seu impacto para o meio ambiente, e de temores em relação a possíveis efeitos sobre o corpo humano.
`Indícios científicos e programáticos claramente apóiam a revisão (dessa diretriz)´, disse o director-geral assistente para Malária da OMS, Anarfi Asamoa-Baah.
`A aplicação (de DDT) dentro das casas é útil para reduzir rapidamente o número de infecções causadas pelo mosquito. O custo é comprovadamente tão eficiente quanto o de outras medidas de prevenção, e o DDT não apresenta riscos à saúde se utilizado adequadamente´, ele disse.
O director do Programa Mundial de Malária da OMS, Arata Lochi, afirmou que `de todos os inseticidas que a OMS considera seguros para uso interno, o mais eficiente é o DDT´.
Inseticida potente, o DDT deixou de ser usado há 40 anos, depois da publicação de um livro que mostrava como o seu uso destruía a vida selvagem em grandes porções da América do Norte e da Europa Ocidental.
O livro – A Primavera Silenciosa, da cientista e ecologista americana Rachel Carson – levou à restrição do uso do pesticida em diversos países.
Em 2004, a proibição quase total do DDT foi adoptada mundialmente pela chamada Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POP). Algumas agências de ajuda financeira se recusavam a financiar programas envolvendo o DDT. Uma cláusula, no entanto, permitia a fabricação da substância para uso em controle de doenças.
Sobretudo alguns países africanos continuaram a utilizar o DDT, embora a maioria tenha procurado mudar de inseticida ou adoptado a estratégia de distribuir apenas mosquiteiros de cama impregnados com a substância.
A África do Sul, por exemplo, foi um país que abandonou o DDT, mas teve de retomar o seu uso dez anos depois, quando os mosquitos haviam desenvolvido resistência a compostos alternativos.
O ativista Richard Tren, da organização África Contra a Malária, disse que `todas as agências de desenvolvimento e países afectados devem agora agir de acordo com as orientações da OMS no uso do DDT´.
BBC - 20.09.2006