Cidade da Beira
Município acusa Administração Marítima e esta sacode água do capote
A remoção de velhas embarcações na orla marítima da cidade da Beira, sobretudo na zona Praia Nova, aumenta o risco de erosão que há anos afecta a cidade da Beira, capital da provincial de Sofala. Quem o afirma é o vereador para área Ambiental e Gestão Urbana, do Conselho Municipal da cidade da Beira (CMB) Liando Jeremias.
Segundo Jeremias, a edilidade assiste ao fenómeno sem poder alterar o sentido dos acontecimentos. O interlocutor do «Canal de Moçambique» justifica a afirmação, alegando que "a competência para impedir" que a sucata de navios continue a ser retirada da orla marítima, onde esta vinha cumprindo a função de protecção costeira, "não é da jurisdição do Município".
"Compete à Administração Marítima do Porto da Beira".
De acordo com o vereador da área do «Ambiente e Gestão Urbana», "foi a Administração Marítima" que "autorizou a transformação, dessas embarcações que serviam de barreira contra a força das marés, em sucata".
O vereador Jeremias explicou que esses os navios foram encalhados na costa precisamente para servirem de obstáculo à erosão. "Foram colocados há anos com o único objectivo de travarem a erosão costeira". E "não se entende hoje quais são as motivações da Administração Marítima quando autoriza a remoção".
A Administração Marírtima é uma entidade sob alçado de instituição tutelada pelo Governo Central e o Município não tem a seu cargo a orla marítima. Face a esta incapacidade legal do Município interceder para travar a onda de remoção das embarcações que a Administração Marítima tem permitido que se outrem transforme em sucata para simples negócio por dinheiro sem avaliar, aparentemente as consequências nefastas dessa acção de fraca visão de futuro, Jeremias refere que a alternativa que sobra é o Conselho Municipal da Beira, é nos próximos tempos promover trabalhos de reposição de
areia para formar novas barreiras.
Entretanto
O administrador Marítimo de Sofala, João Mendes, quando contactado pelo «Canal de Moçambique» afirma que "os que cortam as chaparias dos barcos são os próprios proprietários dessas velhas embarcações". Explica que requerem autorização à sua instituição que por seu turno aprova.
Mendes reconhece que no meio da azáfama toda em torno deste tipo de negócio, "existem casos de embarcações ali depositadas desde o tempo colonial mas que entretanto também estão a ser removidas". Todavia, refere, "estes casos ocorrem sem a autorização da Administração Marítima". (Redacção com Teotónio da Lurdes) -CANAL DE MOÇAMBIQUE - 28.09.2006