EM Agosto do ano passado participei na missa de 30 anos de um dos homens mais bondosos e íntegros que jamais passou por Xai-Xai. A cerimónia foi mesmo em Xai-Xai e o homem em questão é o Sr. Zaqueu, vizinho dos meus próprios pais.
Maputo, Quinta-Feira, 28 de Setembro de 2006:: Notícias
Foi uma bela oportunidade para rever gente que há muito não via. Ao mesmo tempo, porém, a cerimónia deu-me mais subsídios para a minha tese de que o problema deste país não são os seus problemas, mas sim as suas soluções. Observando o pastor metodista a oficiar, dei comigo a olhar para os filhos do falecido e constatar que eles se tinham tornado médicos, economistas, arquitectos e diplomatas de alto nível. Imediatamente, a minha cabeça desceu uma casa abaixo da dos Zaqueu e deu com a dos Macamos. Lá também há economistas, engenheiros mecânicos, géografos, historiadores e sociólogos. Já com a cabeça a girar passei em revista o bairro 4 da cidade de Xai-Xai, isto é a nossa vizinhança, o bairro onde o Sr. Zaqueu deixou a sua marca: dei com um linguista na família dos Chimbutane, com economistas, engenheiros civis e informáticos nos Grachane, com economistas noutros Macamos, com músicos dos melhores do país nos Mazuze, com juristas nos Batabambos, com jornalistas nos Mateus, com professores nos Cuambe e assim sucessivamente. Estou apenas a falar dos que conheço por alto e que são parte da minha geração ou gerações contíguas.
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