Bruxelas, Bélgica (PANA) - O Parlamento Europeu pediu, numa resolução, à África do Sul para excluir o Zimbabwe dos jogos eliminatórios do Campeonato do Mundo de 2010, deplorando que Pretória e a União Africana (UA) "não sejam mais firmes face aos abusos cometidos pelo regime do Presidente Robert Mugabe".O órgão legislativo pediu também aos Estados membros da União Europeia (UE) para reforçar as sanções contra o Zimbabwe decretadas desde 2001 em virtude das quais 98 líderes zimbabweanos estão
proibidos de viajar para os 25 países que compõem a organização.
A resolução pediu aos Estados membros para aplicar de maneira mais restritiva as sanções, incluindo o embargo sobre armas.
Durante o debate, um deputado europeu denunciou os projectos de lei actualmente em discussão no Parlamento zimbabweano que permitem aos serviços de segurança do Zimbabwe interceptar as correspondências electrónicas, o acesso à internet e as conversas telefónicas.
Todavia, um eurodeputado checo protestou contra a ideia de excluir o Zimbabwe das eliminatórias do Mundial de futebol que será disputado na África do Sul.
Por seu turno, o comissário europeu encarregue da Justiça e Assuntos Internos, Franco Frattini, considerou que a decisão de excluir o Zimbabwe do Mundial cabe à Federação Internacional de Futebol (FIFA), mas rejeitou o alívio das sanções decretadas contra o Governo zimbabweano.
A União Europeia decretou sanções contra o Zimbabwe devido à política de reforma agrária acelerada praticada pelo Governo de Harare e que consiste na expropriação dos fazendeiros brancos cujas plantações foram entregues a zimbabweanos negros.
As sanções decretadas pela União Europeia estão na origem da anulação da segunda Cimeira África/Europa que devia decorrer em Abril de 2003 em Lisboa (Portugal).
Solidários para com o Zimbabwe, os chefes de Estado africanos recusaram-se a participar nesta cimeira sem o Presidente Robert Mugabe a quem Portugal não pode conceder visto em conformidade com as sanções da UE.
Bruxelas - 15/09/2006