O ATRASO que se regista na contratação de técnicos superiores nalgumas administrações distritais da província de Nampula, poderá levar ao Ministério das Finanças a cortar em Novembro próximo, os orçamentos destinados a esta rubrica, segundo Filipe Paúnde, governador da província, que acrescentou que não se justifica que a escassos meses do fim do ano, haja distritos com dinheiro e se queixem da falta de mão-de-obra qualificada.
Maputo, Sexta-Feira, 22 de Setembro de 2006:: Notícias
"A contratação de técnicos superiores não significa a substituição do administrador nem do seu secretário permanente, trata-se de uma estratégias do Governo com vista a adoptar as funções públicas, de recursos humanos qualificados e se vocês não fizerem isso, o Governo poderá retirar os orçamentos destinados a essa rubrica". Advertiu Paúnde ao Governo do distrito de Muecate. Com efeito, num informe apresentado pela administração daquele distrito ao governante de Nampula, consta no capítulo referente aos constrangimentos que "a escassez de pessoa técnico-profissional para vários ramos de actividades," constitui um nó de estrangulamento ao desempenho do Executivo local. Segundo apurou a nossa reportagem, o distrito de Muecate conta com 497 funcionários e nenhum com formação superior. "Constatámos que há falta de vontade na contratação de técnicos superiores, mesmo com a existência de dinheiro", referiu o governador, tendo acrescentado que já foram dadas as orientações para a imediata inversão deste cenário, que afecta de forma propositada, as reformas que se pretendem na administração pública. De forma global, segundo as projecções tornadas públicas pelo governador de Nampula, a província precisa até ao fim do ano, de um reforço adicional de pelo menos 84 técnicos superiores, número que embora não seja suficiente, "poderá nos ajudar em algumas coisas". No quadro de iniciativa de finanças descentralizadas, que levou o Governo a desembolsas sete biliões de meticais para cada distrito, o de Muecate já consumiu até ao momento, cerca de 2.7 milhões de contos em projectos de desenvolvimento local. Em regiões como Xereque e Mucoluone, as associações ali constituídas, receberam moageiras, fundos para pequenos negócios e abertura de cantinas rurais. Todavia, algumas associações não elegíveis pelo conselho consultivo distrital, reclamam que o processo de aprovação dos projectos, não foi transparente, alegadamente porque "existem pessoas singulares que recebem o dinheiro, só por serem funcionários da administração". Tal acusação, foi prontamente desmentida pelo respectivo administrador, segundo ele, "aqui todos os projectos financiados são de associações não havendo nenhum pertencente a singulares", justificou-se. Uma lista de beneficiários afixadas junto da administração, mostra que nenhum dos 35 projectos contemplados pertence a singulares. Convidado para fazer uma leitura global sobre as formas como os fundos são aplicados, o governador de Nampula mostrou-se satisfeito, pese embora anteveja ocorrência de alguns problemas no período de prestação de contas, que irá acontecer a partir de Novembro próximo.