É verdade que este texto foi publicado no suplemento do Notícias dedicado aos 30 anos, mas talvez tenha passado despercebido a alguns e acho que merece ser lido, pelo que aqui o reproduzo.
O autor é Oscar Monteiro:
TESTEMUNHO DE UM JOVEM NAS NEGOCIAÇÕES PARA A INDEPENDÊNCIA DE MOÇAMBIQUE
Dedicado aos jovens do bairro da minha adolescência[1]
Algures em 1973, um amigo meu médico originário de uma das colónias portuguesas que, por adesão aos ideais nacionalistas, vivia no exílio pediu para falar comigo: “tenho mais de 40 anos, não vejo o fim da guerra, os meus filhos estão a crescer, não tenho perspectivas, vou levantar os braços” e ao dizê-lo fez o gesto de rendição que é esse mesmo – levantar os braços. Fiquei atordoado. Se a história das revoluções é também feita de cansaço e preserverança, dedicação e traição, se sabemos que o tempo e desesperança podem mudar a força das convicções, não esperava isso do meu amigo. Disse-lhe apenas: não faças isso agora, olha que o colonialismo está já na sua fase final, esperaste tanto tempo, não renuncies. Tiveste a visão da Pátria independente agora tens de preserverar.
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