Dez países da África Austral subscreveram já um acordo económico que poderá levar à criação, em 2008, de uma Área de Comércio Livre, que seria o primeiro passo para uma união monetária regional. Botswana, Zimbabwe e Suazilândia assinaram ontem o protocolo de Financiamento e Investimento, na Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, em Midrand, na África do Sul, juntando-se assim a mais 7 países, que haviam subscrito o convénio em Agosto.
O acordo tem como objectivo promover a região da África Austral como uma comunidade económica.
Segundo o presidente da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, o primeiro-ministro do Lesoto, Pakalitha Mosisili, a região está, depois deste acordo, em vias de "estabelecer uma Área de Comércio Livre em 2008".
Depois da criação de uma Área de Comércio Livre, seriam instituídas uma União Aduaneira Regional em 2010, o Mercado Comum em 2015 e uma União Económica e Monetária em 2018.
Confrontado com a óbvia dificuldade de se integrar um país com uma economia fragilizada, o Primeiro-Ministro do Lesoto lembrou que "a região não pode ser vista de forma negativa só porque um dos seus estados-membros tem problemas".
Fontes do secretariado da SADC não explicaram como é que o Zimbabwe vai conseguir cumprir o acordo, uma vez que o país tem a mais alta taxa de inflação, mais de 1.200 por cento, e o estado de economia em colapso.
Em declarações à imprensa, o Secretário Executivo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, Tomaz Salomão, garantiu que não existem entraves à integração do Zimbabwe e salientou que a cimeira constituiu um "ponto de viragem, já que os Chefes de Estado começam agora a falar de economia em detalhe e a debater questões concretas".
Na arena política, a Cimeira de Midrand decidiu continuar a apoiar a República Democrática do Congo na consolidação da paz. Na próxima semana, a RDC vai realizar a segunda volta das eleições presidenciais.
TVM - 24.10.2006