SR. DIRECTOR! Será que involuntariamente se pratica o racismo e outras formas de discriminação? Hoje é notório ouvir trabalhadores na indústria, comércio e outros na fase laboral e entre colegas, quando um ordena o outro para qualquer trabalho recebe como resposta "Tu também já mandas, és branco
Maputo, Sábado, 21 de Outubro de 2006:: Notícias
Algumas empregadas ou empregados domésticos quando os patrões são negros ou mulatos são tratados por tios ou tias, quando é o inverso no chamamento respondem bem alto. "Patrão".
Algumas mulheres tornam-se racistas para consigo próprias auto se humilhando, têm vergonha e um complexo de inferioridade por serem negras quando deviam se orgulhar. Vêmo-las nas repartições, empresas públicas e privadas, escolas, universidades, mercados, televisões entre outros locais, lutando incansavelmente na procura de um português com sotaque europeu ou brasileiro, esgotam pomadas e cremes nas farmácias para clarear a pele, não têm mãos a medir na compra de perucas, cabelos lisos, encaracolados, nos implantes até querem ser mais loiras que as suecas, tudo para fugir às suas origens.
Muitas mesmo falando fluentemente a língua materna, o changana, ronga, sena ou bitonga em determinados ambientes alvoram-se bem alto que não sabem falar essas línguas, pronunciamentos acompanhados de caretas em gesto de desprezo.
Esta loucura por imitar europeus além do cabelo, as nossas concidadãs lutam sem quartel para clarear a pele e ficarem brancas ou não serem negras. Isto leva ao ridículo de se ser racista para consigo próprias, acto receptível e do agrado de quem promove a aniquilação e o desprezo da nossa identidade.
É extremamente humilhante ver nossas irmãs em gestos de repôr o cabelo feito voar pelo vento, quando esse mesmo cabelo não é o original e quem sabe até de alguém que já não pertença ao mundo dos vivos.
Vamos deixar de ter vergonha de ser como somos e sermos tal como somos. A luta contra a pobreza absoluta passa também pela eliminação da pobreza mental e complexo de inferioridade por sermos negros.
MUSSÁ OSSEMAN