Adelto Gonçalves (*)
Em maio de 2006, quando uma organização criminosa nascida e comandada das penitenciárias dirigiu uma série de ataques a delegacias e bens públicos, causando várias vítimas e muitos prejuízos, o governador do Estado de São Paulo, Cláudio Lembo, atribuiu à insensibilidade de uma pretensa “elite branca” os atuais desníveis sociais que seriam a causa da onda de violência. Sem perspectivas na sociedade brasileira de hoje, os jovens nascidos e criados em favelas e periferias e “educados” numa escola pública em frangalhos não teriam outra opção a não ser engrossar os exércitos da criminalidade.
Partindo de um antigo professor de Direito de duas das mais tradicionais universidades privadas de São Paulo, a Pontifícia Universidade Católica e a presbiteriana Mackenzie, a análise não surpreendeu por sua percuciência. De fato, as elites brasileiras — com paulistas à frente — estão entre as mais predatórias do mundo, “com uma história muito amarga de cerceamento de pessoas”. Com sua insensibilidade, essa elite — que é só elite, sem qualquer adjetivo — muito têm contribuído para agravar as distorções que tornam a sociedade brasileira uma das mais desiguais e injustas da face da Terra.
Leia em:
Download elite_branca_brasil.doc