Segundo Afonso Dhlakama
Primeiro objectivo da luta de André Matsangaíce foi alcançado
“Libertámos até os próprios homens da Frelimo. Hoje eles são capitalistas. Já têm empresas. Mesmo o Guebuza tem mais de 20 empresas espalhadas por aí. Tudo isso era proibido nos tempos do comunismo”- líder da Renamo
Maputo (Canal de Moçambique) O primeiro objectivo da luta de André Matade Matsangaíce foi alcançado em Moçambique, disse esta semana em Maputo o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, a uma multidão composta por quadros, membros e simpatizantes daquele partido, para além de outros cidadãos comuns presentes na cerimónia de homenagem ao primeiro presidente da Renamo morto em combate em 17 de Outubro de 1979 na Vila Paiva de Andrade, Distrito de Gorongosa na província de Sofala.
O primeiro objectivo na óptica de Dhlakama foi “libertar o Homem moçambicano que apesar de independente não estava livre”. “Lutar contra aquilo que a Frelimo chamava de formação de homem novo” e que segundo Dhlakama traduzia-se, essencialmente, numa série de abusos contra os direitos dos cidadãos que resultava na ausência da democracia no país.
Até já vão aos curandeiros…
“Libertámos até os próprios homens da Frelimo. Hoje eles são capitalistas. Já têm empresas. Mesmo o Guebuza tem mais de 20 empresas espalhadas por aí. Tudos isso era proibido nos tempos do comunismo”, disse e acrescentou ainda: “Hoje os ministros vão às províncias à procura de curandeiros. Pagam-lhes passagem aérea para viajarem até aos seus gabinetes em Maputo. Ontem eles não podiam fazer isso porque a Frelimo proibia a prática de curandeirismo”.
“Todas essas conquistas que dão corpo à democracia constituem o sonho de André Matsangaísse”, referiu.
Prosseguindo na sua dissertação, Afonso Dhlakama disse que o segredo da vitória da Renamo foi “termo nos guiados durante a guerra inspirado por esse sonho”.
“Nós não somos drogados. Vencemos a guerra sem usarmos nenhum tipo de droga. A nossa vitória foi fruto do crer em realizar esse sonho”, afirmou.
“Não basta!”
Apesar da democracia existente no país, Afonso Dhlakama, foi dizendo que isso “não basta”. Segundo ele o próximo desafio que se impõe “é que o povo tenha direito de escolher os dirigentes que quiser, para dirigirem o país”.
Dhlakama disse aos presentes ser pertinente “que nos empenhemos à fundo na luta para se alcançar este objectivo”.
“Se recuarmos ou ficarmos cobardes estaremos a trair tudo o que foi conquistado e que custou muitas vidas”.
(João Chamusse) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 20.10.2006