Em vários pontos turísticos do nosso país, dá-se mais prioridade ao turista estrangeiro do que às comunidades residentes a volta dos mesmos, segundo palavras do ministro do Turismo, Fernando Sumbana, falando há dias em Maputo numa palestra promovida pelo Instituto Superior de Relações Internacionais(ISRI), por ocasião da passagem do 20º aniversário da instituição.
Contudo, o ministro defende que “é preciso previlegiar os turistas estrangeiros pois, transportam riquezas do seu país para Moçambique. É um bem directo que eles trazem em detrimento de tantos
projectos a longo prazo”, que deveriam erguer nas suas terras.
Entre os benefícios, de acordo com
Fernando Sumbana, consta o veículo de riqueza monetária dos seus países para Moçambique; ou seja, “a indústria turística traz bens directos, sobretudo nos serviços, o pagamento é directo, ajudando
de forma significativa nas receitas do Estado”.
Porém, Sumbana saúda esforços que estão a ser desencadeados no país pois, “este sector é o terceiro maior contribuinte do Orçamento do Estado em 108 milhões/USD, dinheiro que corresponde a 80% da actividade turistica mas somente, 20% é canalizado às comunidades que vivem á volta dos pontos turisticos”.
Na sua alegação, o ministro frisou que o valor destinado às comunidades locais é investido através da construção de infra-estrutruras e compra de intrumentos de trabalho”.
Entretanto, o diálogo entre o Governo e as Comunidades locais encontra-se numa fase embrionária, porque projecta-se conversações com vista a retirada de algumas que vivem a volta de pontos turísticos
para outras áreas; mas outras rejeitam sob alegação de que não pode ser evacuadas porque ali nasceram e as suas origens estão baseadas no local.
O ministro Sumbana deu exemplo da Ilha das Quirimbas, na província de Cabo Delgado, zona norte do país, onde comunidades locais estão impedidas de caçar e pescar pese embora essas actividades eram suas fontes de subsistência, mas que, foram ocupadas por turistas estrangeiros.
(Joel Chambale) - VERTICAL - 25.10.2006