Partilho da opinião que “Agora, Kubala Basa”, isto é, em nyungwé uma das línguas da província de Tete, onde se localiza a barragem de Cahora Bassa, quer dizer, para quem não o saiba, agora, nasceu (começou) o trabalho!
Vou tentar não ser repetitivo daquilo que já venho dizendo em anteriores textos, pois todos já lemos, sabemos sobre o que também ocorreu em Maputo no memorável dia 31 de Outubro 2006.Sabemos por exemplo, que foi assinado o acordo, que Moçambique pagou a Portugal nessa data a prestação de 196,7 milhões de euros, mas também sabemos que o Presidente de Moçambique Armando Guebuza anunciou que “Contamos, pois, com Portugal e com o vosso Governo, senhor primeiro-ministro (de Portugal, José Sócrates), no apoio à mobilização de investidores portugueses para continuarem a fluir, com maior ímpeto, para o nosso Moçambique” e continuamos a citar “Tanto o Governo português, como o moçambicano, têm-se desdobrado em iniciativas político - diplomáticas para que se efective a segunda cimeira África - Europa, agendada para Lisboa”, por isso, “comungamos da posição que sustenta a noção de não haver razões suficientes para justificar a não realização desta cimeira” na capital portuguesa, afirmou Guebuza. A propósito, o presidente moçambicano manifestou o desejo de ver reforçada a cooperação do seu país com Portugal, destacando o papel do Executivo de Lisboa, que irá assumir, no próximo ano, a presidência rotativa da União Europeia.”Urge que saibamos tomar partido desta abertura para avançarmos para um relacionamento que o Primeiro Ministro de Portugal José Sócrates retorquindo disse, que o sector empresarial português “está ciente” da necessidade do reforço da parceria com Moçambique e felicitou o governo moçambicano pelos “bons resultados económicos alcançados” nos últimos tempos.
O primeiro-ministro português manifestou, ainda, a sua “total disponibilidade em participar no desenvolvimento de Moçambique”, assinalando a pertinência de se criar uma estratégia conjunta entre União Europeia e África, servindo-se da relação de amizade existente com Portugal, que em 2007 assumirá a presidência rotativa daquela comunidade europeia.”Estamos preparados para isso. Podem contar connosco. O acordo terça-feira alcançado abre perspectivas para isso”, continuou Sócrates em alusão ao incremento da cooperação entre Moçambique e a União Europeia, nomeadamente Portugal. Sobre a abertura de Moçambique em auxiliar Portugal na realização da cimeira África - Europa,
Sócrates foi peremptório: “Retenho as minhas palavras para a realização da cimeira em Lisboa”.
Quais “velhos do Restelo” conseguirão segurar com as mãos, impedir o vento do desafio, do desenvolvimento bilateral e multilateral que sopra com tal ímpeto de Moçambique para Portugal, de Portugal para Moçambique e UE? Senhores empresários moçambicanos e portugueses, hoje permitamme
este dia de citações, recorrer a mais uma: do empresário sueco Kamprad o patrão da IKEA.”O sentimento de termos terminado algo é, efectivamente, um verdadeiro soporífero.
Uma empresa que sinta que alcançou os seus objectivos irá rapidamente estagnar e perder a sua vitalidade. A palavra impossível foi, e deverá continuar, apagada do nosso dicionário”.
( in revista Visão 2 a 8 de Novembro de 2006).
Daí a razão do meu título dado a este texto de opinião:
Agora, Kubala Basa! Agora, Nasceu (Começou) o Trabalho!
* Augusto Macedo Pinto, Advogado e Antigo Cônsul de Moçambique em Portugal, [email protected]
VERTICAL - 07.11.2006