Francisco G. de Amorim
É uma maravilha a PETROBRÁS! A mais rica empresa do Brasil, a que mais lucro tem e que cresce com a subida do preço do barril de petróleo, mesmo lá nas arábias. E é um coração de mãe, a PETROBRÁS. A facilidade com que distribui dinheiros (aos milhões, milhões!) para o "social" também é comovente. São imensos milhões para empresas de construção (sem concorrência pública, nem nada dessas burocracias), que depois generosamente contribuem com milhões para as campanhas dos políticos (e descontam no IR), são milhões para ONGs sociais, sem pedir relatórios da aplicação dessas vultuosas verbas (uma das ONGs pediu dinheiro para promover um leilão de cabras, o que é um muito louvável ato social, sobretudo se for para os grandes masculinos das cabras, os cabrões) e por aí vai, sorrindo, a "nossa" PETROBRÁS. Mas tudo isto só para os da quadrilha! (Quadrilha no sentido daquelas danças juninas!).
Mas é nossa! Nossa? De quem? DELES é que é! O maior cabide de emprego conhecido! Muda o governo muda a cúpula - não a cópula - da Petrobrás. E se for necessário contemplar mais um capanga com 20, 30 ou 50 mil por mês, cria-se uma nova diretoria. Se por acaso o comparsa não se entender muito bem com petróleos transfere-se para os Correios ou outra estatal financeiramente poderosa. A PETROBRÁS não é nossa, não, é deles. Do governo. Do PT. E se alguém se lembra de propor a privatização da Petrobrás é apontado como um traidor à pátria amada! Já mesmo se considerou alta traição ter-se entregue áreas imensas de prospecção - contratos de risco - a empresas estrangeiras, como Repsol, Shell, etc.
Aqueles milhões todos são distribuídos SÓ aos amigalhaços "companhêros" - e familiares - mas todos tendo que ser do PT, mostram claramente quanto vale termos empresas públicas. São centenas, milhares de cargos, chamados de confiança que se usam como moeda de troca e/ou compra de apoio político, um vergonhoso assalto à res publica.
A PETROBRÁS já respondeu ao jornal "O Globo" afirmando não ser verdade o que este mentiroso jornal publicou! Diz que todo o dinheiro encaminhado para as ONGs foi muito bem estudado e aplicado a funções sociais (inclusive o leilão das cabras) e o mesmo com o repasse para as empresas construtoras sem concorrência publica. É evidente que o jornalista se enganou. A PETROBRÁS, aliás, os atuais donos da empresa, donos do dinheiro do país (do povo?) acabam sempre por ter razão, até porque se o jornalista não se calar o jornal deve perder também uma grossa verba de publicidade... Enfim! Todo o mundo mente! É uma alegria.
A única coisa que está errada é o nome da empresa: devia chamar-se só PTBRÁS. A verdade.
Jornal do Brasil - 21-nov-06
NOTA:
Onde é que eu ouvi "Cahora Bassa é nossa!"?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE