Está a Assembleia da República de Portugal a discutir o Orçamento de Estado para o ano de 2007. Chega-se a perder tempo discutindo "ninharias" à vista do que foi e representa para os Portugueses o "negócio" de Cahora Bassa. Sobre ele nem uma palavra.
Estava a dívida da Hidroeléctrica de Cahora Bassa avaliada em 1950 milhões de dólares americanos.
Segundo Bagão Felix, com juros, seriam quase o dobro. Assim, foram mais de 3500 milhões de dólares que o povo português deixou de receber.
Se se lembram o Ministro das Finanças de Portugal, afirmou em Novembro passado, aquando da assinatura do memorando de acordo que esta operação não era um "perdão de dívida". Não sei e ainda não entendi o que ele quis dizer.
Na altura afirmei que "se Moçambique podia comprar por 10, porque pagar 100"?
Ainda não foi é explicado como os números baixaram aos níveis acordados. Segundo Bagão Felix o acordo, já praticamente acordado em 2004, era o de Moçambique pagar 1250 milhões de dólares ficando Portugal com 25% das acções.
O que levou o Governo Socialista a tão rapidamente baixar os valores para os montantes agora acordados? Seria a ameaça de Mário Matsinhe da divulgação do "acordo militar" celebrado entre os negociadores do Acordo de Lusaka e paralelo a este que nem Almeida Santos nas suas "Quase Memórias" "quase" não refere e também não divulga? Recordo que a sua não divulgação por Moçambique, segundo Mario Matsinhe, é resultado e a pedido das autoridades portugueses.
Mais se diz que Moçambique pagará 950 milhões de dólares, sendo que 250 milhões na altura da assinatura e 700 milhões no prazo de um ano.
Acontece que a "tranche" de 250 milhões de dólares é paga pela própria empresa, o mesmo é dizer que 82% deste montante já pertencia a Portugal (por repartição de lucros) e por isso Moçambique apenas paga 18% dos 250 milhões.
Quando será que os nossos governantes( de Moçambique e Portugal) se convencem que nem todos os seus cidadãos são atrasados mentais ou analfabetos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE