José Sócrates deslocou-se há dias ao Maputo, a fim de firmar a passagem da maioria do capital da 'Hidroeléctrica de Cahora Bassa' para mãos moçambicanas. O negócio resultará no encaixe, pelos cofres portugueses, de cerca de 750 milhões de euros (caso Moçambique pague, evidentemente...). E no perdão de uma dívida que se estima em mais de dois mil milhões (2.000.000.000) de euros.
Os jornais portugueses deram a notícia sobre a chamada «reversão» de Cahora Bassa (que tal como a nossa Cabora Bassa é uma corruptela das expressões nativas tauaras 'cuerabassa', 'cuorabasa' e 'calorabasa'). Mas porque foram raros os comentários, estou a interrogar-me como foi isso possível, não tanto pelo resultado de um negócio ruinoso para Portugal - e que muito interessa a «potências emergentes» como a China de Pequim (que certamente ficará como a «parte de leão»), o Brasil (exploração de minérios na bacia carbonífera de Moatize/Minjova) e a Índia (já com uma empresa concessionária dos caminhos de ferro que os portugueses construíram no Vale do Zambeze) -, mas sobretudo pelo silêncio que fez a Imprensa dita «de referência», sempre tão preocupada em dar enquadramento histórico a notícias que pouco nos dizem...
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