A China vai atribuir a Moçambique o estatuto de Destino Turístico Aprovado, uma forma de intensificar as visitas de turistas chineses a Moçambique, anunciou sábado o presidente da República da China. O compromisso chinês foi feito sábado por Hu Jintao, durante o encontro que manteve em Pequim com o presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, à margem da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do Fórum de Cooperação Sino- Africano (FOCAC), que sábado teve início na capital chinesa e encerra no domingo.
O Estatuto de Destino Turístico Aprovado é um acordo bilateral na área do turismo, através do qual o estado chinês permite que os seus cidadãos façam visitas de grupo a outros países sem necessidade de autorização de saída, mas sempre através de agências de viagens autorizadas pelo governo. O presidente chinês afirmou que a medida é um esforço para intensificar a cooperação com Moçambique no sector do turismo e intensificar o desenvolvimento mútuo.
A importância de Moçambique ser parte dos mais de 100 países a quem a China atribuiu já o estatuto de Destino Turístico Aprovado será maior à medida que a China caminha para ser em 2020 a maior fonte mundial de turistas, com mais de 115 milhões de chineses a viajar para ao estrangeiro até lá, de acordo com a corretora CLSA Asia-Pacific Markets. "O governo chinês vai também continuar a prestar assistência a Moçambique e a encorajar as empresas chinesas a investir no país," afirmou o presidente chinês, que identificou os sectores da agricultura e construção de infra-estruturas como os prioritários para a cooperação bilateral.
O presidente da República de Moçambique, por seu lado, disse que Maputo deseja expandira cooperação com Pequim, acrescentando a ajuda à formação de quadros à lista de sectores adiantada por Hu Jintao. O comércio bilateral entre a China e Moçambique registou nos primeiros oito meses deste ano um volume de cerca de 100 milhões de euros, com a China a exportar cerca de 63 milhões, importando do seu parceiro africano cerca de 37 milhões. Em todo o ano passado as relações comerciais entre Moçambique e China atingiram um volume de cerca de 130 milhões de euros, com as exportações moçambicanas para a China a ser dominadas pela venda de gergelim e madeira, a crescer 38,1 por cento .
Criado em 2000, o FOCAC é um mecanismo de diálogo e cooperação do qual fazem par te a China e todos do 48 países africanos com quem Pequim tem relações diplomáticas.
Com o lema "amizade, paz, cooperação e desenvolvimento", o FOCAC reúne em Pequim os líderes africanos para uma das maiores reuniões de sempre de chefes de estado e governo de África, e o maior e um dos mais importantes acontecimentos internacionais a decorrer na República Popular da China desde a sua fundação em 1 949.
Dos países africanos de expressão portuguesa estão presentes os presidentes da República de Moçambique e da Guiné-Bissau e os primeiros-ministros de Angola e Cabo-Verde. São Tomé e Príncipe - que, com o Burkina-Faso, Gâmbia, Malaui e Suazilândia, faz parte do grupo de cinco países africanos que não reconhecem o governo chinês, mantendo relações diplomáticas com Taiwan - não estará presente na cimeira.
LUSA - 06.11.2006