Chuvas fortes que caiem desde a noite de terça-feira na cidade de Pemba fizeram estragos, que saldaram no corte da estrada da marginal do lado da praia da Inos, junto ao Tribunal da Cidade, em consequência da obstrução da vala da bacia do sub-bairro de Namavi, deterioração ambiental do bairro inóspito de Chibuabuari, soterração da estrada que liga ao porto, no bairro de Paquitequete, entre outros efeitos ainda por identificar.
De acordo com o porta-voz do Conselho Municipal de Pemba, Tagir Assamo, as drenagens de Mbanguia e Namavi viram-se incapacitadas para responder ao caudal das águas pluviais, pois o lixo que os residentes dos bairros vizinhos depositam obstruiu-as, dando lugar ao transbordo para as bermas, o que veio a ocasionar inundações nas áreas residenciais dos dois lados do bairro de Natite.
A vala de drenagem da bacia de Namavi, a jusante, aproveitando-se de uma erosão marinha que se formava lentamente, viria a abrir uma cratera que cortou a estrada que conduz ao Porto de Pemba. No bairro de Paquitequete, devido à devastação para construções desordenadas que criaram um pequeno bairro de nome Colocoloni, nas traseiras da Escola Industrial e Comercial, as terras foram empurradas pela força das águas até deixarem submerso o asfalto que cobria a estrada para o porto, fazendo, igualmente, grandes montes de areia no leito da mesma.
Tagir Assamo disse ter sido formada uma equipa que envolve o Conselho Municipal e o Governo provincial, para mitigar com urgência os efeitos decorrentes das enxurradas, tendo como prioridade a limpeza das valas, o tapamento da cratera e a remoção da areia na marginal do bairro de Paquitequete. `Contamos com a assessoria técnica da Administração Nacional de Estradas´, acrescentou Tagir Assamo, para quem a teimosia dos residentes em manter hábitos desaconselhados bastas vezes pela edilidade, como o depósito do lixo nas valas de drenagem, veio a sair caro também desta vez.
Entretanto, a chuva continua a cair na cidade de Pemba, temendo-se que alguns destes problemas venham a conhecer níveis dramáticos, sobretudo no bairro de Chibuabuari, zona ocupada há menos de três anos, contra todas as normas municipais e de carácter ambiental.
Os residentes deste bairro não puderam sair para os seus empregos no dia de ontem pela deterioração das condições habitacionais que a chuva ocasionou. Num contacto com o administrador de Palma, Momade Tame, confirmou-nos que no território de que é dirigente máximo, havia dois dias que as chuvas não cessavam, mas sem provocar danos.
O mesmo acontecia em Mocímboa da Praia, Quissanga e Ibo, conforme contactos efectuados pelo nosso Jornal com pessoas a viverem naqueles pontos da província...
NOTÍCIAS - 30.11.2006