Em mais um passo para a criação de um Comando para África, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos acaba de formar um grupo de trabalho para analisar o modo como esse comando poderá operar.
Fontes no Pentágono confirmaram que foi formada uma "Equipa de Implementação e Planeamento" para desenvolver "opções inovadoras que possam ser usadas para, no futuro, criar o Comando para África", incluindo "programas de cooperação" com países africanos. Além de oficiais das forças armadas fazem parte do grupo de trabalho representantes de diversos departamentos do governo algo que indica que o Pentágono poderá estar a estudar a possibilidade de um novo Comando para Africa não se centrar apenas em questões militares.
As fontes disseram que, de momento, ainda não foi decidido se o novo comando - caso venha a ser aprovado - será um comando "militar e independente" como outros a nível regional das forças armadas norte-americanas ou se será um "subcomando" ou mesmo uma outra estrutura. Uma decisão sobre esta questão só será tomada depois do grupo de trabalho apresentar as suas recomendações.
Actualmente, na divisão regional dentro do Pentágono, a maior parte de África cai sob a alçada do Comando Europeu, chefiado pelo General James Jones, que há muito tem vindo a propor um maior envolvimento político/militar norte-americano em África.
Jones tem sido um defensor da criação de um Comando para África e em Setembro o Secretário de Defesa Donald Rumsfeld disse apoiar essa "ideia". Na altura, especulou-se que São Tomé e Príncipe poderia ser o país escolhido para instalar a sede do Comando para África. No Pentágono há agora forte apoio para que esse comando seja estruturado de modo diferente dos já existentes, essencialmente para preparar e planear operações militares e ajuda humanitária de emergência. As fontes no Pentágono disseram que vários oficiais defendem que, face à situação em África, deve haver envolvimento de outros sectores do governo norte-americano em programas "multifacetados" que visem impedir o eclodir de conflitos. As fontes disseram que o Departamento de Defesa tem mantido contactos estreitos sobre a questão com "parceiros estrangeiros chave em questões de segurança", mas recusaram-se a dar outros pormenores. As conclusões do grupo de trabalho deverão ser apresentadas no início do próximo ano quando a chefia do Pentágono já estiver sob alçada do novo secretário de Defesa, Robert Gates, desconhecendo-se qual o ponto de vista de Gates sobre a criação do novo comando. Africa é vista pelos especialistas norte-americanos como um continente de crescente importância estratégica para os Estados Unidos, particularmente a região do Golfo da Guiné, devido às reservas petrolíferas. Os serviços de informações das forças armadas norte-americanas disseram que começou, na segunda-feira, no Benin, uma conferência sobre segurança marítima no Golfo da Guiné. O encontro de três dias é patrocinado pelo Comando Europeu das Forças Armadas norte-americanas, o comando naval norte-americano na Europa, o Centro Africano de Estudos Estratégicos (com sede em Washington) e o Departamento de Estado norte-americano.
LUSA - 15.11.206