“...A pesca exige certificação do produto para a exportação, por exemplo, e este é um grande problema”, Presidente da Associação dos produtores de Camarão.
As autoridades moçambicanas rendem anualmente com a exportação de 10 mil toneladas de camarão, 80 milhões de dólares, mas à sua captura no país continua um autêntico bico de obra, somado às amarras de qualidade para a sua comercialização no exterior.
A maior parte do pescado destina-se ao mercado exigente da União Europeia.
Pouco mais de 14 mil toneladas de pescado de camarão são capturadas anualmente nas águas territoriais moçambicanas, segundo as autoridades do sector.
Estes níveis de produção compreendem todos os tipos de pesca, a industrial, a semi-industrial, a tradicional, esta última destinada a subsistência alimentar das famílias que se dedicam a esta actividade.
Nos últimos tempos, o país introduziu à prática da aquacultura que está a gerar igualmente rendimentos significativos.
As autoridades do sector prevêem atingir quase uma mesma quantidade de captura de camarão para este ano que está prestes a terminar, cerca 13 mil toneladas, apesar das restrições à pesca do produto no início do ano, feitas pelas autoridades moçambicanas.
Entretanto, a Associação dos Produtores de Camarão de Moçambique considera ser difícil exercer a
actividade de pesca desta espécie em Moçambique, dado os elevados encargos financeiros e técnicos para fazer a captura, sem pôr em risco a continuidade da espécie.
Lamenta, por outro, a fraca capacidade de fiscalização das águas territoriais moçambicanas, facto que concorre para que maior parte dos nossos recursos sejam pilhados por estrangeiros.
“Bom, com mais algum esforço, nós podemos ultrapassar os actuais níveis. A pesca exige certificação do produto para a exportação, por exemplo, e este é um grande problema”, lamentou o Presidente da Associação de Produtores do camarão.
Contudo, disse que actualmente, o problema de qualidade está a ser superado porque, existe uma autoridade competente (Instituto de Promoção da Actividade Piscatória) que ajuda na certificação do produto, explicou.
Os actuais níveis de exportação são satisfatórios, mas com algum esforço e investimento, o país é capaz de produzir e aumentar a sua exportação.
Para o presente ano, no global, o plano de exportação de produtos pesqueiros situa-se na ordem de 15.875 toneladas, portanto uma quantidade inferior à atingida no ano de 2005, que foi de 15.910 toneladas.
A costa moçambicana, com mais de 2 mil quilómetros, tem estado sob uma fortíssima pressão de pescadores entre licenciados e piratas, e, os seus recursos marinhos a ser delapidados, devido à frágil ou quase inexistente fiscalização marítima. (F. Mbanze/redacção)
MEDIA FAX – 30.11.2006