Uma ordem assinada pelo Ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, obriga, desde Setembro passado, que todos os trabalhadores do Hospital Central de Maputo e de outras unidades sanitárias da cidade de Maputo façam testes de HIV/Sida.
A ordem do ministro Garrido está a deixar os trabalhadores visados tremendamente preocupados. Eles temem pelo seu futuro profissional. Alegam que os seus receios e foram vários os trabalhadores que os manifestaram ao «Canal de Moçambique», resultam do facto de ninguém lhes ter explicado o alcance da medida imposta pelo mais alto responsável pelo Ministério da Saúde desde que Armando Gubuza formou o seu governo em princípio de 2005.
De acordo com a cópia do documento em poder do «Canal de Moçambique» e dirigido aos trabalhadores do Hospital Central de Maputo, todo aquele que seja testado como portador de HIV é intimado a passar “pela chefe do Departamento a fim de dar o seu nome”.
O despacho de Garrido não deixa de ameaçar aos trabalhadores que não seguirem a ordem, entre os que devem fazer os testes e os que devem guardar a confidencialidade sobre o estado de seropositividade dos colegas.
Na sequência das muitas inquietações dos trabalhadores da Saúde sobre a medida aqui reportada, o «Canal de Moçambique» ouviu ontem o ministro da Saúde, Dr. Ivo Garrido.
A lei moçambicana proíbe a obrigatoriedade de feitura de testes de HIV/Sida com fins laborais.
Ao dirigir-se ao público através do «Canal de Moçambique» Garrido escusou-se a entrar em apreciações de ordem legal. Preferiu falar sobre o ponto de vista de que os trabalhadores da Saúde devem dar o exemplo à sociedade sobre a matéria de precaução a ter-se com o HIV-SIDA.
Segundo o Ministro, “os trabalhadores da Saúde não devem manter segredo sobre o seu estado de saúde”, por um lado. Por outro lado refere que com a medida os trabalhadores seropositivos passarão a beneficiar de apoio do Ministério da Saúde (MISAU).
Garrido afirma que existe um fundo no Ministério da Saúde para ajudar os trabalhadores seropositivos em termos de fornecimento de cabaz alimentar suplementar, medicamentos e assistência médica.
(Conceição Vitorino) -CANAL DE MOÇAMBIQUE - 24.11.2006