10 de Novembro de 2000”
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, desloca-se hoje a Montepuez para tomar parte nas cerimónias alusivas ao 6º aniversário do massacre de Montepuez onde mais de uma centena de membros e simpatizantes da Renamo foram barbaramente assassinados por asfixia no interior das celas da cadeia distrital de Montepuez, além dos que foram sendo assassinados dispersamente. Aquele crime de Estado deu-se a 10 de Novembro de 2000. O actual ministro do Interior era então o governador na província de Cabo Delgado de que faz parte o distrito de Montepuez.
Segundo uma nota em poder do «Canal de Moçambique» a cerimónia realiza-se amanhã na presença de simpatizantes e membros que chegaram a ficar detidos em Montepuez no movimento que terminou com o massacre. De referir que o massacre dos detidos foi considerado uma retaliação dos agentes da PRM (Polícia da República de Moçambique), como vingança pelos colegas mortos durante as confrontações com os manifestantes que reivindicavam a necessidade de recontagem dos resultados eleitorais de 1999 em que o partido Frelimo e o seu então presidente Joaquim Chissano foram declarados vencedores, sob protesto e acusação de fraude por parte da Renamo e do seu presidente Afonso Dhlakama.
Há dias a AWEPA, organização de parlamentares da União Europeia veio a público admitir a possibilidade de ter realmente havido frande e ainda que Afonso Dhlakama tenha sido o verdadeiro vencedor. Na altura a AWEPA alinhou pelo refrão que geralmente acompanha os observadores: “houve irregularidades que não alteravam o resultado final”. Agora dá o dito por não dito.
“Dhlakama marcará presença em Montepuez como forma de prestar a sua solidariedade para com as famílias das vítimas como também estar junto de membros e simpatizantes da «Renamo”, refere uma nota daquele partido.
“O presidente da Renamo visitará ainda os distritos de Namuno, Pemba e Chiúre, na província de Cabo Delgado como também vai manter encontros com membros e simpatizantes do partido e autoridades tradicionais, religiosas, comerciantes e empresários locais”.
A mesma nota acrescenta ainda que Dhlakama vai também escalar a cidade de Nampula para orientar um seminário de formação política com os delegados distritais e de localidade daquela província e ainda um comício popular.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 09.11.2006