O Presidente do Conselho de Administração da companhia moçambicana de electricidade, EDM, Eng. Manuel Cuambe mostrou-se esperançado que o encerramento do "dossier" HCB, venha provocar à concretização das barragens de Mphanda Nkuwa e da Central norte, alargando a quantidade de energia
produzida pela HCB, determinante para futuros projectos de geração de rendimento no país.
O encerramento do "dossier" HCB, trouxe um novo balão de oxigénio aos múltiplos projectos que aguardavam execução por falta de disponibilidade de energia.
"Há projectos no vale do Zambeze que, por causa, da questão da HCB permaneciam pendentes e com a sua conclusão, creio que estão criadas todas as condições para que os projectos em carteira sejam concretizados. De outra maneira seria muito difícil fazer andar estes projectos, porque estrategicamente não convinha construir qualquer que fosse outra central naquele vale, antes de fecharmos a questão da HCB", explicou Cuambe, em entrevista ao mediaFAX.
Entre os grandes projectos dependentes de energia estão o das areias pesadas de Chibuto e Moma, no sul e norte e a execução da fase III da gigante Mozal, no sul de Moçambique.
Cuambe disse que Mphanda Nkuwa e a Central Norte, vão aumentar significativamente o número de beneficiários de corrente eléctrica, através da sua rede nacional.
"A partir destes novos empreendimentos, haverá a possibilidade de aumento na alocação de mais energia para o desenvolvimento do país como primeira prioridade e a segunda prioridade será garantir o fornecimento de energia eléctrica a projectos que dependem deste recurso para desenvolverem as suas actividades", acrescentou Cuambe à frente da EDM, há pouco mais de um ano.
Será que a energia será agora mais barata com HCB, nas mãos moçambicanas?, Cuambe respondeu : " há acordos comerciais que devem ser respeitados e isso deverá, claro, que ser respeitado". Quase que a totalidade de energia produzida na HCB, serve a África do Sul, que por sua vez revende à Moçambique, a preços de mercado.
As actuais tarifas de energia a vigorar a partir de 2007, são de 12.5 cêntimos de rand/kwh, contra os irrelevantes 2 cêntimos de Rand/kwh, preços que vigoraram durante um largo período de tempo e que tornavam a barragem inviável do ponto de vista financeiro.
Cuambe disse que a redução dos custos deverá levar algum tempo pelo facto da HCB ter de criar mecanismos de sustentabilidade, facto que pode passar por uma manutenção de preços durante algum tempo.
"Mas, certamente, que estaremos em altura de oferecer energia mais acessível aos moçambicanos", garantiu.
Ele defendeu uma gestão criteriosa, profissional e isenta do empreendimento por forma a garantir a sua sustentabilidade financeira de gerar lucros.
"A gestão de Cahora Bassa deve ser feita de maneira a poder assegurar o seu equilíbrio financeiro, portanto, sustentabilidade da própria empresa", disse Cuambe cuja companhia prevê continuar com a prioridade de electrificação rural, conforme estabelece o programa quinquenal do governo.
(F.M.) - MEDIA FAX - 08.11.2006