Preço do biodiesel vai descer
Os preços do biodiesel vão cair significativamente quando os governos europeus tornarem obrigatórias as misturas dos combustíveis e à medida que a produção quadruplicar nos próximos quatro anos, segundo prevê um estudo da corretora Goldman Sachs, citado pela agência Bloomberg.
O interesse dos consumidores e dos governos pelos biocombustíveis disparou nos últimos anos, no rescaldo do aumento do preço do petróleo e devido ao compromisso assumido pela maior parte dos Executivos mundiais de reduzir a emissão de gases com efeito de estufa, responsabilizados pelo aquecimento global.
Ainda assim, sublinha o estudo, só com subsídios públicos o biodiesel conseguirá, no médio prazo, tornar-se numa alternativa competitiva.
Na ausência de auxílios estatais, o preço do petróleo teria de alcançar os 110 dólares por barril para tornar o biodiesel atractivo do ponto de vista comercial.
O combustível produzido a partir de óleos vegetais atingiu a média de 780 euros a tonelada neste ano e deverá reduzir-se em 18%, para 640 euros a tonelada, quando os governos tornarem obrigatória a mistura do combustível com o diesel convencional.
A produção europeia de biodiesel deverá ser multiplicada quase por quatro, para 12 milhões de toneladas, até 2010, puxada por investimentos estimados em 3,8 mil milhões de dólares, estima a Goldman Sachs.
"A capacidade de produção deve aumentar consideravelmente nos próximos anos devido à redução das barreiras à comercialização do biocombustível. As empresas com maior probabilidade de sucesso serão as grandes processadoras de óleos vegetais, de baixo custo e capazes de operar com várias matérias-primas vegetais, situadas em localizações privilegiadas do ponto de vista da logística", explicam os analistas Mariano Alarco, Jason Channell e Stephen Benson, que conduziram a realização do estudo.
O estudo antecipa ainda que o etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar e de produtos agrícolas com forte componente de amido, como o milho, deverá aumentar 13% até 2010 e continuar a dominar o mercado de biocombustíveis.
O biodiesel, por seu turno, deverá crescer 35%, a reboque da maior procura na Europa.
Jatropha
Desde a tomada de posse do Governo de Armando Guebuza, em Fevereiro de 2005, o interesse de Moçambique pelos combustíveis "verdes" intensificou-se e perfilam-se já projectos que deverão ultrapassar os USD200 milhões em investimentos.
Acredita-se que o desenvolvimento da produção deste tipo de combustíveis poderá diversificar os rendimentos da indústria açucareira e reduzir a dependência das importações de petróleo, para além dos milhares de postos de trabalho que proporcionará.
Aliás, o Governo de Guebuza vê na jatropha uma alternativa viável para enfrentar a escalada do preço de petróleo no mercado internacional.
Recentemente, o Governo moçambicano revelou que vai investir cerca de 14 milhões de dólares numa fábrica de biocombustíveis na província de Maputo e está a preparar outra unidade para exportar para a União Europeia.
SAVANA - 03.11.2006