Guebuza exorta para se derrubar a pobreza
O Presidente da República, Armando Guebuza disse estar convicto de que se vai derrubar a pobreza no País, daí, ter exortado aos gestores do Centro Cultural Municipal-Ntsindya a se engajarem afincadamente na luta contra a pobreza, resgatando o espírito que os norteiou aquando da criação do Centro associativo dos Negros da Colónia de Moçambique.
Numa cerimónia bastante concorrida iniciada no fim da tarde, com uma população que enchia as bermas da Avenida Irmãos Roby, na proximidade do local onde se encontra localizado o centro e gritando “Guebas” foi enaltecido o passado histórico do local sobretudo as actividades nele desenvolvido
que despertaram a consciência nacionalista que os catapultou para a luta contra o regime colonial.
Guebuza exorta para se derrubar a pobrezaChamando a atenção para se resgatar o brio histórico do passado evocando aquilo que considerou de bravura e visão de homens e mulheres e sublinhando a prioridade que deram à educação como objecto social de destaque num reconhecimento de que o domínio da ciência e da técnica eram factores incontornáveis na reafirmação da personalidade dos moçambicanos, na conquista da dignidade e no lançamento das fundações para o resgate da sua autoestima, rumo à libertação total da terra e dos homens.
“No passado, a partir deste local, resgatámos a nossa auto-estima para lutar e vencer a dominação estrangeira. Hoje, resgatemos a nossa auto-estima para lutar e vencer o impiedoso flagelo chamado
pobreza”, disse, avançando que a razão também está do nosso lado porque o direito de não sermos pobres é um dos direitos humanos mais importantes.
Guebuza referiu que o Ntsindya herda todo património político, histórico e cultural para o documentar e divulgar e tem o desafio de promover e liderar a animação cultural, abrindo espaço para o diálogo entre gerações.
O Centro que serviu de base do nacionalismo tinha como pólo a actividade cultural onde se realizava confraternização entre os membros bem como para outros interessados, tendo sido fundado em 1935, mas que, um diploma legal o extinguiu, ou seja, a portaria número 18802 de 31 de Julho, na fundamentação de que: considerando as averiguações se demonstra que o Centro Associativo dos Negros da Província da colónia de Moçambique, nela ilegal actuação dos seus orgãos directivos, exercem uma acção diversa de previsto nos estatutos, perturbadora de ordem política e social.
Foi assim que se extinguiu o Centro, mas, voltando a renascer como Instituto Negrófilo, como associação de auxílio, protecção e socorro dos negros, no ano de 1938.
Referem os documentos apresentados que nesse período se vivia um panortama de embargos, de
impedimentos. A maioria da população não passava de mero objecto de exploração colonial, sem voz, sem condições de vida e de trabalho, sem quaisquer direitos, apenas de deveres e obrigações.
Por ora se disse, não se pretende reavivar o culto de NESAM, mas sim, a memória colectiva entre outros.
(Paulo Machava)