Mais de dez mil pessoas visitam a estância turística
- Gilberto Vicente, administrador
O Parque Nacional de Limpopo, na província de Gaza, está, paulatinamente, a tornar-se um verdadeiro destino turístico, segundo referiu o actual administrador, Gilberto Vicente.
Vicente revelou que, desde Janeiro a esta parte, mais de dez mil turistas visitaram o parque, cifras bastante animadores para aquilo que se pretende que seja a instância turística.
O administrador do Parque Nacional de Limpopo, abordando as perspectivas futuras, sobretudo no momento em que se comemoram os cinco anos da sua reinstalação, apresentou-se bastante optimista e referiu que, apesar de nos próximos cinco anos existirem três planos directores de melhoramento, espera atingir cifras próximas de Kruger Park da África do Sul de um milhão de turistas anuais.
O gestor principal do parque, falando das prioridades, afirmou que o desenvolvimento do turismo, com o envolvimento do sector privado nacional e estrangeiro, tendo como vector a construção de infra-estruturas; a mobilização da população para abandonar o espaço com vista ao seu reassentamento noutros locais e desenvolver a zona tampão, bem como o melhoramento e operacionalização da segurança do próprio parque, é onde assentam as linhas mestres das acções prioritárias futuras.
Falou, igualmente, do repovoamento animal como estando nas prioridades das actividades a serem desenvolvidas nos tempos que se avizinham.
Relativamente ao reassentamento da população, referiu terem terminado os trabalhos de demarcações de talhões e prometeu, até ao fim do mês de Dezembro, estar pronta a casa piloto e nos primeiros meses do próximo ano iniciar-se-ão as obras de construção das novas casas para as famílias que irão ser transferidas para os novos locais.
Gilberto Vicente revelou que serão mil famílias a serem transferidas e aclarou que a mudança de atitude face a esta realidade não foi uma acção fácil, porquanto, “houve muita resistência por parte das famílias que habitam no interior do parque, dado que a maioria está lá a viver há muitos anos e a mudança de habitat não é uma coisa fácil. São novos hábitos que terão que ser ganhos”, referiu avançando que o segredo para tal efeito residiu no facto de durante este tempo a mensagem ter sido a mesma e mostrando, de um lado, o perigo de continuarem a habitar naquele local e, por outro, as vantagens que terão ao se transferir para outros pontos.
Vicente reconheceu ainda prevalecer o conflito entre o homem e animal bravio, daí a necessidade premente de se transferir aos habitantes do parque para as novas zonas de habitação.
Acreditando num futuro risonho, o administrador disse esperar o envolvimento não só do empresariado privado nacional e estrangeiro, mas também da comunidade para aquilo que considerou para o relançamento do “turismo da comunidade” que terá como um dos vectores a componente cultural que poderá servir, igualmente, de atracção dos turistas sobretudo estrangeiros que se irão deliciar da diversidade da cultura moçambicana.
O administrador, no rol das dificuldades que continuam a assolar o parque de Limpopo, frisou a questão de corte de lenha para a fabricação de carvão e o abate furtivo de animais como alguns dos problemas existentes.
Financiamento
O administrador do Parque Nacional de Limpopo revelou, ainda, terem sido alocados pelos parceiros para a vida da instância turísticas 11 milhões de euros, tendo já sido consumidos cerca de sete milhões.
Deste bolo a maior parte do dinheiro foi destinada à construção de infra-estruturas e o tratamento animal.
Ele apontou como parceiros principais, para além do executivo moçambicano, o Governo alemão, Banco Mundial e uma organização não governamental sul-africana.
Paulo Machava - DIÁRIO DE NOTÍCIAS(Maputo) - 28.11.2006