Por Robben Jossai
Amanhã, sábado, o Cine África será, pela noite adentro, palco de um festival denominado “Noite das Estrelas” para marcar a celebração do primeiro aniversário da consagração da timbila pela UNESCO como património da Humanidade.
Organizado pela Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD), em parceria com a SOICO, o evento surge na sequência da necessidade de se promover e divulgar a timbila à escala nacional.
Actualmente, a timbila é tradicionalmente praticada pelo grupo étnico chopi, nos distritos de Zavala e Inharrime, sul de Inhambane, embora em Maputo já se faça sentir este tipo de música.
Cantoras como Mingas e Elvira Viegas irão apresentar, durante o festival, algumas das suas músicas, bem como a jovem Anita Macuácua, hoje em ascensão artística.
Anita Macuácua teve o mérito de ser premiada no “Ngoma” e no “Top Feminino”, nas suas edições do ano passado, como reconhecimento do seu trabalho.
Outros nomes de artistas que estarão em palco no Cine África são Roberto Chitsondzo, José Mucavele e Stewart Sukuma, prevendo-se, ainda, que Mr. Arsen faça demonstração do uso de timbila no seu estilo musical.
No festival estará em palco o mestre da timbila Eduardo Durão, que vai dirigir a orquestra da CNCD, a que ele pertence.
Com ele estarão ainda talentosos artistas como Simão, que recentemente lançou um disco a solo, o Amós, o Arnaldo e Rolando.
Ao que tudo indica, e olhando para o perfil dos artistas convidados para a cerimónia de amanhã, o Cine África poderá ser muito concorrido.
Aliás, essa é a ideia dos organizadores do evento, que acreditam, mesmo, que, à semelhança dos anteriores, venha a ser bem sucedido.
A produção do festival está a cargo de David Abílio, um artista de créditos firmados a níveis nacional e internacional, actualmente a desempenhar as funções de director daquela que é uma das maiores companhias de canto e dança no mundo.
Outras informações revelam que mais músicos poderão participar no festival.
Paulo Macamo brilha no Gil Vicente
Diferentemente dos estilos, a música moçambicana está a crescer, dada a evolução dos próprios músicos.
É a eles que vão todas as honras, pois isso demonstra que estão a trabalhar visando resgatar o nome do país.
Na passada quinta-feira, à noite, subiu ao palco um jovem que é cantor e guitarrista. Seu nome é Paulo Macamo, que, para além de cantor, é actor.
Contrariamente ao que tem vindo a acontecer em Maputo e um pouco pelo país, Paulo Macamo não prioriza a interpretação de músicas de artistas estrangeiros, preferindo nacionais, particularmente da sua autoria, como aconteceu.
Alguns dos temas que mereceram aplausos do público durante o concerto são “xingombeleni”, “xihundleni”, e “yiphindukile”.
Membro fundador do grupo Mbilu, Macamo canta há cerca de dez anos, encontrando-se neste momento a preparar o seu primeiro álbum, não se prevendo ainda o seu lançamento.
Actuam no grupo músicos moçambicanos e estrangeiros, entre os quais noruegueses.
RJ - SAVANA - 24.11.2006