– Catorze partidos abandonam Oposição Construtiva
“Eu não trabalho com preguiçosos. Eles pensavam que Sibindy estivesse a formar a coligação para oferecer dólares a todos eles ...
Eu formei a coligação para juntos criarmos sinergias e trabalharmos para o bem-estar das populações”, Sibindy ao mediaFAX.
– O chamado Bloco da Oposição Construtiva, uma coligação de pequenos partidos sem expressão, sofreu o seu primeiro revés, pelo menos 14 partidos abandonaram a união, após o discurso de bajulação ao partido no poder, feito pelo seu líder, Ya Qub Sibindy, durante o Congresso terminado há dias, na cidade Central de Quelimane .
Sibindy fez na altura, um ataque virulento à actual oposição liderada pela Renamo, afirmando que o seu líder precisava de estagiar antes de vir a governar o país e que o país não se revia em aventureiros para dirigir o país. O discurso reuniu numerosos aplausos dos congressistas e foi a primeira vez que uma figura da oposição se afirmava claramente alinhada com o partido no poder.
Sibindy foi mais longe, ao gritar vivas à liderança da Frelimo e do governo, Armando Guebuza.
Após estas dissidências, a Oposição Construtiva soma agora 4 pequenos partidos. A falta de visão política da coligação é visto como resultado para esta fragmentação.
Contudo, o líder da oposição Construtiva, Ya Qub Sibindy desmente a teoria de falta de visão e em contraataque apelida de preguiçosos os partidos que abandonaram a coligação.
“Eu dei-lhes enxada e eles simplesmente abandonaram a coligação porque não querem trabalhar... são preguiçosos”, desprezou Sibindy, figura que preenche neste momento às páginas dos jornais, incluindo o principal diário do país, “Notícias”, pela sua passagem saudada no Congresso da Frelimo.
Entre os partidos que deixaram a coligação liderada por Sibindy, incluem entre eles, o Pamomo, do conhecido advogado Albano Maiópuè, e a Frente Liberal, este último partido sem moçambicano.
Coligados a chamada oposição Construtiva permanecem o PIMO, partido Independente de Moçambique do próprio Sibindy, Partido Nacional de Moçambique, do antigo vice-Presidente da Assembleia da República na primeira legislatura, Marcos Juma, o PARENA, Partido de Reconciliação Nacional , de Luís Sambili e o Partido da União para a Reconciliação(PUR).
O acordo que envolveu a coligação de 18 partidos foi juntar sinergias à favor do desenvolvimento e democracia no país, um dos objectivos da organização, explicou Sibindy, mas inexplicavelmente “ um por um foi abandonando a coligação”.
“Isto, para nós é preguiça. Eles pensavam que Sibindy estivesse a formar a coligação para oferecer dólares a todos eles”, comentou Sibindy, que é igualmente líder do PIMO, partido que tem sido associado à sectores islâmicos radicais no médio Oriente. A sua fundação contra a pobreza, com a sigla, FMCP recebe apoios vindos de grupos no médio oriente e Ásia entre eles a Agência Afro- Ásia.
Sibindy disse que formou a coligação não para distribuir dólares, mas para trabalhar conjuntamente com outros partidos em prol do desenvolvimento do país. “Eu formei a coligação para juntos criarmos sinergias e trabalharmos para o bem estar das populações”, repetiu o patrono da Fundação contra a pobreza, formalizado em finais de Outubro, que tem como objectivo central entre outros, reabilitar a rede comercial nas zonas rurais, destruída pela guerra de 16 anos.
Disse que as dissidências verificaram- se pouco depois da distribuição de tarefas a cada um dos 14 partidos políticos. Estes partidos vão emergir na altura dos pleitos eleitorais para “atrapalhar”, censurou Sibindy.
“De estratégia política este tipo de partidos não tem nada”, atacou.
Moçambique tem actualmente registado cerca de 40 partidos políticos, com a maioria deles, sem nenhuma actividade política visível . A maior parte deles se resume à figura do líder e com meia dúzia de membros, instalados em sedes alugadas em Maputo. O chamado “Trust Fund”, criado pela nações Unidas para apoiar financeiramente os partidos políticos emergentes, durante às primeiras eleições democráticas de 1994, possibilitaram a multiplicação de organizações partidárias.
(Fernando Mbanze/redacção) - MEDIA FAX - 23.11.2006