BEM ME LEMBRO!
Uma cidade pioneira e "alcunhada" o cemitério dos brancos.
A cidade possuia meia dúzia de casas comerciais que abastecia de mercadoria as cantinas do mato. Localidade demasiada quente, onde o ar condicionado, era privilégio de poucos. Para se chegar a Tete era necessário percorrer-se quatrocentos quilómetros de estrada de terra, desde a estrada alcatroada Beira a Manica, cuja ondulação da via partia as molas dos carros e era um acto heroico chegar-se a Tete sem a viatura ficar empanada, no caminho, ou atolada no "matope" provocado pelas chuvas. Em Tete havia a "Missão do Fomento do Zambeze" com engenheiros e técnicos que estudavam o curso do rio Zambeze e as suas potencialidades futuras. Não era por aí muita a gente, os funcionários da Missão do Zambeze, mas foram autênticos pioneiros e herois do projecto.
Aí pelos anos de 1969 o projecto arranca e gerido pelo Consórcio Zanco que entrega as várias secções do projecto a várias empresas, estrangeiras e portuguesas. Em pouco tempo a cidade de Tete volta num meio cosmoplita onde há gente de muitas nacionalidades.
A cidade sai do marasmo e tem vida! A FRELIMO não fez ou provocou qualquer problema, além de estar enfraquecida, os "terroristas" quedavam-se no planalto de Mueda. Actuou, em poucos ataques a COREMO da Joana Simeão e atacou uns poucos camionistas, na picada, entre o Dégua (próximo de Tete) até à Estima (sopé da serra de Cabora Bassa). Trabalhei cerca de um ano na barragem, conduzindo, gigantescos camiões, Caterpillar, desde a cota 0 até à 700. Como eu trabalharam, creio mais de 10.000 operários, técnicos e engenheiros. Não tardaram, simultaneamente, as construções, em Tete, de uma nova ponte em cima do rio Zambeze; estradas alcatroadas, desde Cabora Bassa a Lourenço Marques, (mais de 2000 quilómetros); um novo campo de aviação, no Matundo, novos hoteis em Tete e outros melhoramentos que não me vêm à memória. Tudo este desenvolvimento foi pela Obra e Graça do Prof. Oliveira Salazar ( o ditador, o malandro, o facista, o que mandava dar umas lambadas no costelado de uns tipos que eram encarnados como tomates maduros), porque ele, o bom português, desejava que Moçambique (assim como Angola e outras províncias ultramarinas fossem espaços onde pretos, brancos, mulatos, chineses e índianos vivessem em harmonia), fosse a terra da promissão e que a energia eléctrica e a hidráulica (irregação da baixa do Zambeze) desse algo de novo e progressivo aos países vizinhos e desenvolvesse novas indústrias. Mas, os tais, patriotas e oportunistas/nacionalistas/independistas e terroristas moçambicados de uma forma e de outra (onde se inclui a demagógica) procuraram sabotar a obra onde nesta se insere as torres que suportavam as linhas de alta tensão. A obra foi seguindo e concluída mas sem linhas para transportar a corrente,
para a África do Sul. Na altura da obra o Dr. Almeida Santos, vivia na cidade da Beira (750 quilómetros de Cabora Bassa), onde ninguém lhe conhecia os sentimentos, independistas a favor de Moçambique, ou que tenha bebido um café no Capri, no Riviera, no Scala e no Empórium (a portas do seu escritório) com um preto ou mulato que seja. O Dr. Almeida Santos não se juntava à arraia-miuda (preta ou branca), mas sim aos latifundiários da Beira que lutavam, estes, pela posse ilegal de terrenos onde se incluiam os da baixa da Munhava. Não vou aqui citar nomes dos seus clientes, porque, muitos já partiram para os anjinhos.
Ele o Dr. Almeida Santos "marimbou-se" para os pretos e para a independència de Moçambique. A independência do Dr. Almeida Santos era o dinheiro e dos "esquemas" que traçava para os seus ricos de "podre" dos seus clientes. Não penso que tenha dado um salto, a Paris, para abraçar o Dr. Mário Soares (quando este andava a polir o fundo das cadeiras dos cafés de Paris) e dar-lhe conta dos progressos da FRELIMO em Moçambique. Muito menos ter viajado (e que ninguém o privaria) de ter ido à Tanzânia avistar-se com o Dr. Eduardo Mondlane, e que o Samora Machel o mandou para o "além" com uma encomenda, artilhada, para o "peniqueiro" do Hospital da Beira açambarcar as rédeas da FRELIMO.
Chegou o 25 de Abril de 1974 e temos o Dr.Almeida Santos aliar-se a "gregos e troianos" para transferir para Portugal os dinheiros (que seriam muitos) para Portugal...
A Beira e os latifundiários, seus cliente, que vão às urtigas e que se fiquem a coçar da comichão. Todos os advogados do diabo procedem da mesma forma. Colegas seus (cito um, o advogado Dr. Sigalho) teve que zarpar, da Beira, para Salisbury (ex-Rodésia) com a roupinha do corpo. Depois, claro, havia umas raivinhas a concretizar... e fazer a vida negra ao Eng. Jorge Jardim.
O inteligente homem que procurava a independência de Moçambique para uma sociedade multiracial, teve que fugir pela Rodésia. E nunca mais parou de andar fugido.
Já não há inimigos que façam frente ao Dr. Almeida Santos.
O homem está com o Dr. Soares e intitulam-se os donos de Moçambique e do resto das províncias ultramarinas.
Há que dar a independència a meia dúzia de criminosos que durante anos a fio entreteram-se a matar gente ao longo das picadas e mato de Moçambique. O Dr. Almeida Santos, por anos e anos, autodenominou-se um heroi e um socialita "finissímo".
Publicou um livro (dizem dois volumes) com uma vistosa encardenação e vem-nos à mente a afirmação de Marcelo rebelo de Sousa na RTP, que gostava mais do livro do que ele.
Rebelo de Sousa, gostou sim da linda e aparatosa obra e nada de nada do "miolo" dela. Mas agora o Eng. Sócrates foi negociar Cabora Bassa com a FRELIMO (este partido ainda está no poder desde a independência e que tem desgraçado o Povo moçambicano), fez uma venda ao preço da "uva mijona". Para o Eng. Sócrates tando se lhe deu como se lhe dá: Portugal receber algum ou mesmo ter oferecido Cabora Bassa de "borla". O seu Governo está desesperado e nas "lonas" com falta de fundos e tudo que vier à rede é peixe seja miúdo ou graúdo. Mas depois de tanto e de mais que foi "vociferado" contra a memória do Prof. Salazar ainda foi buscar uma "herança", deixada pelo "vô-vô" de Santa Comba!
Não sei se ainda haverá algo mais para vender no estrangeiro... certamente já não há mesmo. E pedimos à Senhora dos Milagres que nos faça o milagre que qualquer dia (pelo andar da carruagem), que não começam a vender, courelas, do território nacional para fazer face à crise, provocada, pelos vários "magnificos" homens que nos têm governado desde o lindo e formoso dia de São Marcos quando os portugueses (coitadinhos sem liberdade), a recuperaram.
Alfredo Mateus Catarino
P.S.: Retirado da net
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