Swazilândia
“Os nossos amigos em Moçambique são os da Frelimo”, ex-presidente do «Pudemo», Kislon Shongwe
“Assunto muito sensível”, capitão Khanya Dlamini, porta-voz das «Forças Armadas da Swazilândia» (USDF)
Tanto a Polícia como as forças de defesa da Swazilândia tomaram a sério a notícia difundida pelo periódico sul-africano, «The Saturday Star», de acordo com o qual o ANC está a treinar uma milícia swázi, na província de Mpumalanga, tendo em vista o derrube do regime monárquico no poder naquele país.
Segundo reporta o «Times of Swaziland», a polícia swázi leva a cabo neste momento intensas investigações para apuramento dos factos. O capitão Khanya Dlamini, porta-voz das «Forças Armadas da Swazilândia» (USDF), considerou o assunto como “muito sensível”, prometendo prestar declarações mais circunstanciadas num futuro próximo.
Posição idêntica foi anunciada pela vice-primeiro ministro da Swazilândia, Constance Simelane, para quem as “noticias eram preocupantes”, especialmente quando vistas à luz do facto de um dos participantes no diálogo governo-sociedade civil, previsto para o dia 29 do corrente, ser apontado como estando ligado à alegada milícia armada.
Reagindo à notícia veiculada pelo «The Saturday Star» quanto ao envolvimento de instrutores militares da Renamo na formação dos membros do chamado Exército de Libertação da Swazilândia, o antigo presidente do «Pudemo», Kislon Shongwe, classificou-a de “uma grande mentira”, acrescentando: “Os nossos amigos em Moçambique são os da Frelimo.”
O «Pudemo» participou no recente congresso da Frelimo realizado em Quelimane.
Para Kislon Shongwe, que é visto como o ideólogo do partido swázi, a reportagem do jornal sul-africano “destina-se a desacreditar a nossa organização”. Shongwe salientou, no entanto, que “pode ser verdade que haja pessoas exiladas, algumas das quais abandonaram o país após os ataques com bombas do tipo “cocktail Molotov”, mas a nossa política é contrária ao uso de outros países como base para o desencadeamento de ofensivas.”
Entretanto, numa declaração emitida em Mbabane na sequência da notícia divulgada pelo «The Saturday Star», o «Pudemo» reiterou que a sua política era a de alcançar mudanças políticas na Suazilândia pela via pacífica”.
“Embora o governo nunca tenha reagido aos inúmeros apelos lançados pela nossa organização no sentido de se alcançar uma solução política, o «Pudemo» ainda não desistiu da posição há muito enunciada”.
Num editorial, o «The Times of Swaziland», jornal bastante crítico do regime monárquico, condenou o uso da forca como forma de se alcançarem mudanças políticas no país, tendo apelado ao “diálogo sério” entre o governo e a sociedade civil.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 29.11.2006