Governo recorre a Tribunal de Haia
O Reino de Mswati III pretende reaver Nelspruit, Malelane, Barberton, Ermelo, Piet Retief, Badplaas e Pongola com uma população total estimada em 1 milhão de pessoas
O jornal sul-africano «City Press» noticia que a Swazilândia tenciona recorrer ao «Tribunal Internacional de Justiça», em Haia, no Reino dos Países Baixos ou Holanda, com o intuito de forçar o governo sul-africano a devolver-lhe extensas zonas da províncias de Mpumalanga e partes do KwaZulu-Natal. O regime monárquico da Swazilândia considera que as parcelas territoriais em disputa foram anexadas por colonos britânicos e boers.
Segundo a fonte, o Reino da Swazilândia pretende reaver Nelspruit, Malelane, Barberton, Ermelo, Piet Retief, Badplaas e Pongola com uma população estimadas em 1 milhão de pessoas.
A disputa já se desenrola desde o tempo em que a Swazilândia alcançou a independência em 1968, tendo atingido uma certa proeminência durante o regime de P.W. Botha. Na altura, a África do Sul considerou a hipótese de aceder às reclamações territoriais swazis no âmbito da política de reordenamento territorial, ou «bantustanização. O então líder do bantustão do KwaZulu-Natal e chefe do «Partido Inkatha da Liberdade», Mangosuthu Buthelezi, opôs-se veementemente à partilha do território.
Já depois do estabelecimento de um regime democrático na África do Sul em 1994, o governo swázi prosseguiu com as suas diligências junto das novas autoridades de Pretória. Os insistentes pedidos swázis terão contribuído para o azedar dos laços entre os dois países. Observadores apontam o facto das relações terem-se deteriorado desde a tomada de posse de Thabo Mbeki como presidente da África do Sul, para explicar o mau ambiente agora reinante entre os dois países membros da SADC vizinhos de Moçambique.
A monarquia swázi tem tentado contornar o impasse com que depara o «Comité de Restauração de Fronteiras», promovendo relações amistosas com o Rei Zwelithini dos zulus, tendo-lhe oferecido em casamento uma donzela da casa real.
Muitos moçambicanos da elite governativa e não só possuem propriedades imobiliárias nas áreas que estão a ser alvos das disputadas territoriais entre o Reino de Mswati III e a República de Mbeki.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 22.11.2006