"Preocupo-me com a forma muitas vezes descuidada como nós pensamos, principalmente, na forma como argumentámos, alguns aspectos da reflexão na esfera pública moçambicana, das críticas que fazemos a certos problemas como corrupção, criminalidade, actuação do Governo e da oposição", descreve o sociólogo e escritor moçambicano, Elísio Macamo, autor da obra: «Trepar o país pelos ramos», lançada na última sexta-feira em Maputo.
(Maputo) O sociólogo moçambicano, Elísio Macamo, brindou o seu país na última sexta-feira em Maputo, com o lançamento da mais recém obra, intitulada «Trepar o país pelos ramos», uma edição patrocinada pela empresa Moçambique Celular(mcel), baseada numa compilação de seus textos publicados
no jornal de maior circulação nacional, o «notícias», no espaço compreendido entre 2004 e 2005.
Na opinião do sociólogo e escritor radicado na Alemanha, onde igualmente é professor, o titulo «trepar o país pelos ramos», "é um ditado changana que, chama atenção para o facto de que é preciso trapar uma árvore pelo tronco e não pelo ramo", ou melhor, algumas formas que alguns moçambicanos usam para pensar o país, levam a começar por onde não se devia, "directamente para os ramos".
Acima de tudo, Elísio Macamo, procurou na obra, levar a sociedade a uma reflexão séria sobre os problemas que aponquentam o povo moçambicano e quiçá, através desta obra, tenta transmitir o que são as suas preocupacoes.
Macamo procurou na obra, transmitir a ideia de que a sociedade deve pensar na maneira como vive e olhar para as pequenas coisas do quotidiano que fazem a existência daprópria humanidade e procurar maravilhar-se com tais coisas e porque não, mostrar que elas tem um conteúdo estético que se pode admirar.
Para Elísio Macamo, "é dever de um académico chamar atenção às pessoas para o facto de que é possível pensar as coisas de outra maneira", pois "os moçambicanos estão sempre a produzir problemas e devem ser eles mesmo a encontrar soluções para esses problemas".
Igualmente, Elísio Macamo é autor de outras quatro obras académicas, tendo as publicadas no exterior. Tem artigos publicados pelo mundo fora, sobretudo, em revistas especializadas, com ênfase para a sociologia africana.
Editado pela «Ndjira» e com uma tiragem de 500 exemplares, o livro conta com 147 páginas.
(Victor Matsinhe) -VERTICAL - 28.11.2006