Os primeiros contentores para a compressão de gás são esperados em breve em Maputo, como parte da política do actual governo de introdução de viaturas na base deste combustível.
"O projecto de viaturas a gás está avançar e que já chegaram os primeiros contentores para a compressão de gás para viaturas, na Matola Gaz Campany", disse o ministro moçambicano de Energia, Salvador Namburete, em conferência de imprensa, semana passada.
Os autocarros movidos à gás pertencentes aos Transportes Público de Maputo, TPM chegam igualmente em breve em Maputo.
A entrada destes meios de transportes no país vão melhorar as finanças públicas, caracterizou Namburete que localizou poupanças entre 30 a 40 por cento, comparativamente ao uso da gasolina.
"Pensamos que estas poupanças não só vão permitir que os custos dos combustíveis reduzam, como também, vão permitir que através da utilização dos nossos recursos naturais, possamos reduzir a nossa dependência em relação ao exterior", diagnosticou.
Moçambique importa anualmente pouco mais de 700 mil toneladas métricas de combustível no valor até de 300 milhões de dólares.
No quadro de esforços de redução da dependência de combustível, as autoridades moçambicanas iniciaram um ousado programa de cultivo de jatropha, para produção de bio-diesel. Largos milhares de campos, estão em fase de preparação para o cultivo desta planta, no sul e centro de Moçambique.
Namburete disse que uma companhia açucareira, a do Buzi, no centro de Moçambique já estava a produzir bio-combustível, etanol e, com perspectivas de expansão.
"Temos campanhas junto a população para que possa plantar jatropha, mas do plantio até se colher a semente leva alguns anos, entretanto já existem outras culturas como o óleo de girassol que já se produz, em Nampula, bem como a produção do etanol", observou Namburete.
Ele garantiu que estudos efectuados em outros países demonstraram grandes sucessos na cultura da jatropha, pondo de parte às reservas de alguns segmentos da população, quanto à disseminação desta cultura de rendimento.
Moçambique possui vastas áreas de terra para cultivo desta planta. "Existem estudos já feitos em outros países, e são satisfatórios, os nossos técnicos já visitaram essas experiências que estão a ter muito sucesso", defendeu Namburete
Esclareceu que o Brasil era, actualmente campeão na produção de Etanol, uma experiência que adquiriu em tempos para responder a uma crise de combustíveis no passado. "Hoje o Brasil já dá-se ao luxo de alternar entre a gasolina e o etanol, e, já produz motores que podem abastecer 100% etanol, ou 100% gasolina", observou.
Apontou que era importante que os moçambicanos mantivessem a determinação de que pretendem quebrar a dependência no mercado de combustíveis e que a campanha de produção de biocombustíveis conta com total apoio do governo e seus parceiros.
Proclamou que na legislação sobre combustíveis no país, já foi introduzido o regime de misturas de cinco a seis por cento de biodisel, o que significa que logo que estiverem disponíveis as primeiras quantidades de etanol, haverá estas misturas, de acordo com o previsto na legislação e de acordo com o que a tecnologia permitir.
(Benedito Luís) - MEDIA FAX - 13.11.2006