Com a criminalidade em alta
“Se os agentes policiais estivessem na defensiva, ninguém iria trabalhar no nosso país, e tão pouco alguém circularia nas ruas. Mas, pelo contrário, há sossego; há tranquilidade”, José Mandra
O vice ministro do Interior, apareceu, na última segunda feira, na cidade da Beira, a desmentir a opinião pública nacional nas principais cidades do país. Esta é praticamente unânime e concorda que a Polícia está a ceder terreno perante os criminosos, mas José Mandra diz que não.
Nos últimos tempos são vários os casos de criminalidade que a Polícia não tem conseguido evitar, e esclarecê-los, ainda menos. Ultimamente e de há uns largos meses a esta parte há crime mas não há criminosos, mas como quem tenta tapar a luz do sol com a peneira, o vice-Ministro do Interior, José Mandra, nega que a sua corporação esteja na defensiva face ao crime violento que se tem registado nas diferentes regiões do país, com especial relevância para a capital, Maputo, ainda que não só.
Para o vice-ministro Mandra “se os agentes policiais estivessem na defensiva, ninguém iria trabalhar no nosso país, e tão pouco alguém circularia nas ruas”.
“Pelo contrário”, refere o adjunto do titular da pasta do Interior, “há sossego; há tranquilidade”, afirmou peremptoriamente aquele governante, falando na segunda-feira, na capital da província de Sofala.
Apesar do seu discurso optimista e de elogio em causa própria, o número dois do ministério dirigido por José Pacheco afirmou reconhecer haver um recrudescimento do crime violento, “contra cidadãos honestos”, sobretudo nas cidades de Maputo e Beira. José Mandra, que se encontrava na Beira a testemunhar o encerramento do curso de capacitação de porta-vozes dos Comando-Geral e provinciais da PRM (Polícia da República de Moçambique), afirmou na circunstância que, actualmente, ao nível do Comando Geral da PRM, decorre um estudo sobre as características dos principais casos criminais que ocorrem nos últimos tempos em Moçambique com vista ao seu combate.
Segundo Mandra, neste momento, homens especializados, nomeadamente, da «Polícia de Investigação Criminal» e dos «Serviços de Inteligência», estão envolvidos nesse alegado estudo.
“São necessários estudos sérios, apurados e científicos para se poder determinar o que se passa na realidade”, diria a dado passo, acabando assim por reconhecer que as forças referidas andam um pouco à deriva.
Na cidade da Beira, o vice-ministro do Interior reuniu com os comandantes provinciais da PRM de Tete, Manica e Sofala, para além dos comandantes distritais e porta-vozes da polícia de todo o país.
(T.L.) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 29.11.2006