A partir de 1 de Janeiro de 2007, as notas e moedas do metical da antiga família deixam de ter validade como meios de pagamento, segundo estabelece a Lei sobre o metical da nova família.
Actualmente, o processo de substituição das notas está em cerca de 90 porcento, sendo que os remanescentes 10 por cento poderão ser trocados na banca comercial, até ao final de 2007.
Segundo preconiza a Lei 7/2005 sobre o novo metical, ao longo de 2007 a troca física será efectuada nos bancos comerciais, mas ainda assim, os cidadãos que por razões ponderosas não o poderem fazer, terão até 2012, a oportunidade de trocar o dinheiro, desta feita no Banco de Moçambique.
`Recordamos a todos os cidadãos que a partir do dia 1 de Janeiro de 2007, as notas e moedas do Metical das duas antigas famílias irão deixar de ter aceitação como meio de pagamento, podendo somente ser depositados ou trocadas nos estabelecimentos bancários. Por isso, gostaria de, mais uma vez, apelar a todos para que através dos circuitos comerciais, bancários e financeiros existentes no país, procedam à troca dos Meticais antigos pelo Metical da nova família´, referiu Ernesto Gove, governador do Banco de Moçambique, falando semana passada na cerimónia de encerramento do ano económico 2006.
O governador do Banco de Moçambique já veio a público exortar os gestores da banca comercial para não injectarem meticais da velha família no mercado, dado que o Banco de Moçambique tem reservas suficientes para prover os bancos com notas e moedas da nova família.
`Ao lançar meticais da antiga família significa, em termos práticos, dar mais sofrimento às pessoas´, referiu Ernesto Gove, anotando que se assim procederem os bancos comerciais, a população terá que voltar ao banco, depois de 31 de Dezembro de 2006, para trocar esse dinheiro.
A Lei sobre o Metical da Nova Família estabelece que o dia 31 de Dezembro de 2006 marcará o fim do uso da designação escritural MTn e o retorno da designação MT, assim como o términos da obrigatoriedade da dupla indicação dos preços, iniciado a 31 de Março do presente ano.
Entretanto, informações postas a circular por alguns órgãos de comunicação social moçambicanos indicam que há sensivelmente duas a três semanas, alguns agentes económicos do centro e norte de Moçambique começaram a rejeitar as notas e moedas das duas famílias anteriores, o que representa uma violação à lei 7/2005.
A introdução da nova família do metical é fundamentada na estabilidade macro-económica que se vive nos últimos anos no país, com uma inflação média de um dígito, o que levou o Governo a considerar ser oportuno dar cobro a vários constrangimentos através da redução de dígitos do metical (corte de zeros).
Entre os constrangimentos destaca-se o facto de que desde a introdução do metical, a 16 de Junho de 1980, o país tem registado transformações nos planos político, económico e social, sendo de destacar o PRE, iniciado em 1987, e que posteriormente veio a incorporar uma componente social, tendo passado a designar-se PRES. Os ajustamentos estruturais decorrentes da implementação do PRES reflectiram-se na elevação dos custos dos factores de produção e, como consequência, no nível geral dos preços, o que se traduziu em constrangimentos de vária ordem, entre os quais a necessidade do Banco Central efectuar sucessivos ajustamentos da estrutura de notas e moedas.